Bolsonaro continua a lutar em defesa da cloroquina
O presidente Jair Bolsonaro reiterou nesta quarta-feira, 8, o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 e disse que indicaria o medicamento até para sua mãe, hoje com 93 anos. “Se um irmão meu ligar, imediatamente, vai levar no médico e começar o tratamento (com cloroquina). Ela não pode esperar um dia a mais, caso contrário vem a óbito.”
Socorro de R$ 16 bilhões de Bolsonaro ainda não agradou governadores, que pedem mais.
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Bolsonaro ainda parabenizou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por ter se convencido do uso da cloroquina e afirmou que “foi tudo acertado” entre os dois. O titular da pasta estava sob ameaça de demissão no começo da semana, quando o presidente afirmou que a hora de quem está “se achando” iria chegar.
Em resposta a pedidos de liberação ampla do uso da cloroquina e a hidroxicloroquina como tratamento e até prevenção ao novo coronavírus, Mandetta afirmou na última terça, 7, que a pasta recomenda o uso dos produtos a pacientes em estado grave ou crítico e não vai mudar protocolo antes de evidências científicas robustas sobre segurança e eficácia da droga para pacientes leves.
Na entrevista ao Datena, o mandatário disse que ligou para o primeiro-ministro da Índia e até sábado deve chegar meia tonelada de insumo de cloroquina.
Pronunciamento
Bolsonaro deu a entrevista para Datena após ter gravado o pronunciamento que vai ao ar em rede nacional de rádio e TV nesta quarta-feira. Disse que fará um comunicado curto, “de quatro minutos”, e que falará sobre o uso da hidroxicloroquina como alternativa para o tratamento da covid-19. Ele disse que citará o caso do cardiologista Roberto Kalil Filho, do Hospital Sírio Libanês, que admitiu, nesta quarta-feira, que usou o medicamento para se tratar do coronavírus.
“O próprio doutor Kalil usou. E ele me disse hoje: “Poderia simplesmente me omitir, mas o que podia acontecer, daqui um ano ou dois, se tivesse concluído (que o remédio é) favorável ou positivo? Como ia ficar minha consciência se pudesse salvar vidas (falando que usei a hidroxicloroquina).”
O presidente comparou o uso da cloroquina agora com uma história sobre a Guerra do Pacífico, no século XIX, que ouviu em seus tempos de militar. “O soldado era ferido e chegava precisando de uma transfusão de sangue. E não tinha sangue. Então, o que fizeram? Injetavam água de coco na veia do soldado. E deu certo. Imagina se tivesse que seguir protocolo para usar coco como soro? Teriam morrido milhares. ”
Panelaços
Perguntado sobre os panelaços que tem sido alvo nas últimas semanas – especialmente após suas falas em cadeia de rádio e televisão, disse que “faz parte da democracia”. “Sempre vai ter gente que não gosta de mim. Se alguém promover um panelaço contra uma emissora de TV que está todo dia me criticando, vamos fazer um barulho. Não está na hora de derrubar presidente ou dizer que a popularidade dele, via Datafolha, é ruim. É hora de unir. Não devemos dispensar energia para bater panela contra A, B ou C. Mas da minha parte, faz parte da democracia. Fiquem à vontade.”