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CNU: Grupo de candidatos recebeu prova da tarde por engano no turno da manhã, diz governo

Candidata do bloco 4 denunciou a situação nas redes sociais. Segundo ela, participantes ficaram com as provas erradas por cerca de 11 minutos, até que perceberam e informaram aos fiscais. Ministério da Gestão diz que o problema não afetou o sigilo das informações.

Um grupo de candidatos do Concurso Nacional Unificado (CNU) recebeu, por engano, no turno de provas da manhã, o caderno que deveria ser entregue somente no período da tarde.

A situação, que ocorreu em Recife (PE), foi denunciada por uma candidata nas redes sociais e confirmada nesta terça-feira (27) pelo Ministério da Gestão, responsável pelo concurso.

O órgão, no entanto, diz que o problema “não afetou a aplicação nem o sigilo das informações” (leia mais abaixo).

Com quase 1 milhão de participantes, o chamado “Enem dos concursos” foi realizado no último dia 18 em 228 cidades do país. A lista de aprovados está prevista para sair no dia 21 de novembro.

Em coletiva de imprensa logo após o exame, a ministra Esther Dweck disse que o concurso não teve qualquer tipo de problema em “termos de segurança”.

O QUE ACONTECEU? – A prova da tarde foi entregue por engano no turno da manhã a participantes do bloco 4, da área de trabalho e saúde do servidor, que faziam o exame na Escola de Referência do Ensino Médio (EREM) Jornalista Trajano Chacon, conforme a denúncia da candidata nas redes sociais.

Segundo ela, os candidatos ficaram com as provas erradas por cerca de 11 minutos, até que perceberam e informaram aos fiscais. Neste período, a concurseira chegou a anotar o nome na folha e ler algumas questões.

As provas, então, foram devolvidas ao envelope aberto, e os mesmos cadernos foram entregues à tarde, de acordo com a candidata. O nome dela, inclusive, já estava anotado no papel.

A mulher também disse que, por conta do ocorrido, os candidatos pediram um tempo adicional de 11 minutos para realizar a prova da manhã, o que foi acatado pelos fiscais de sala, mas de maneira informal, sem anotação no quadro.

Ao fim do primeiro turno, a participante relatou o ocorrido à Cesgranrio, a banca responsável pelo concurso, e à ouvidoria do governo federal. Também denunciou a situação ao Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria da República em Pernambuco.

Nas redes sociais, candidatos comentaram que o fato de alguns participantes terem tido acesso antecipado à prova pode prejudicar a isonomia do concurso. Segundo eles, a violação do envelope onde ficam guardados os cadernos de prova poderia permitir que uma pessoa não autorizada tivesse acesso às provas e divulgasse as questões, antes do início do turno da tarde.

O QUE DIZ O GOVERNO? – Depois que a situação foi identificada, “o envelope com os cadernos de provas da tarde foi lacrado novamente e ficou sob guarda da fiscalização e do certificador externo do Ministério da Gestão”, até o horário do segundo turno do exame, afirma o governo federal.

O ministério disse ainda que “a situação foi identificada e corrigida imediatamente, com a troca das provas, antes do início das provas no período matutino”.

g1 perguntou se o governo está apurando as denúncias que alegam prejuízo da isonomia do concurso, e se pretende tomar alguma outra medida sobre o caso. E também se houve o acréscimo de 11 minutos no tempo de prova na sala.

O ministério não respondeu até a última atualização desta reportagem.

Mais relatos

Candidatos também fizeram outras reclamações sobre a aplicação do CNU nas redes sociais. Um relato frequente é o de participantes que não preencheram o número do gabarito no cartão de respostas e que, por isso, serão eliminados, conforme anunciado pelo MGI.

Eles dizem que, apesar de a orientação constar na prova, também era dever dos fiscais avisá-los sobre a marcação. Em algumas salas, os fiscais passaram o recado. Em outras, não, o que prejudica a isonomia do concurso, segundo os participantes.

Além disso, algumas pessoas relataram que os próprios fiscais fizeram a marcação do número do gabarito para os candidatos que esqueceram.

Sobre isso, a Fundação Cesgranrio disse apenas que “o preenchimento do gabarito no cartão de respostas é uma obrigação do candidato prevista nos editais de abertura“. “Portanto, não há como tratar do desconhecimento dessa regra”, afirmou.

A mesma resposta foi dada em relação aos candidatos que deixaram a sala de provas com o caderno de questões antes dos 30 minutos finais de cada turno. Alguns participantes disseram que os fiscais não os impediram, pois também não sabiam da regra. No entanto, as orientações estavam no edital.

Outros relatos citam a entrega de provas após o horário de início; cadernos mal grampeados, com risco de rasgar; e candidatos que se comunicaram e emprestaram material durante o exame, o que era proibido.

Segundo a Cesgranrio, “todas as provas passaram por rigorosos testes de qualidade e estavam aptas para o perfeito uso” no dia da prova. E a empresa disse que as demais situações não foram comunicadas nos relatórios de aplicação.

Como denunciar problemas no CNU?

O prazo para contestar o enunciado ou a resposta de alguma questão da prova de múltipla escolha do CNU terminou no último dia 21.

Ao longo dos próximos meses, os candidatos também poderão entrar com recurso se não concordarem com a nota da prova escrita, da avaliação de títulos e com o resultado do procedimento de verificação, para quem concorre às vagas por cotas. Para cada pedido, há um prazo diferente.

Denúncias, no entanto, podem ser feitas a qualquer momento à Cesgranrio, pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 0800 701 2028, que funciona das 8h30 às 17h30. Já o canal do MGI para denúncias do CNU é o e-mail [email protected].

Fonte: g1

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