Polícia

BBB20: Felipe Prior, será intimado a depor sobre o caso de abuso na próxima semana

A delegada Maria Valéria Pereira Novaes da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo disse, em entrevista à Marie Claire, que Felipe Prior, ex-participante do “Big Brother Brasil 20”, será intimado a depor pela investigação de estupro na próxima semana. A delegada desmentiu ainda que o arquiteto possa ser preso a qualquer momento.
“Não existe nenhuma possibilidade de eu pedir a prisão dele. Não tem nem porquê, ao menos não pelo que temos até então. Esse caso em particular depende muito do que o Ministério Público e a Justiça entender o que é cabível. Inclusive porque os supostos crimes são mais antigos [teriam acontecido em 2014, 2016 e 2018]. Tem que haver uma motivação – ameaças, por exemplo – para eu pedir prisão. No momento estamos na apuração dos fatos e na junta de elementos. A Polícia Civil não tem interesse algum em pender para um lado ou outro. Não fazemos juízo de valor. Meu papel é investigar e entregar tudo para a apreciação da Justiça”, disse a delegada.
A investigação tem levado em conta as denúncias das três primeiras mulheres. Uma quarta procurou a mesma advogada de acusação para relatar que também foi estuprada pelo arquiteto, como adiantou o EXTRA. Esta última não está sendo levada em consideração, ainda.
“Ela não está na ficha crime que nos encaminharam. Por enquanto, não está no inquérito que presido. O que sei é que essa nova vítima apareceu depois da reportagem publicada por vocês”, disse Maria Valéria, à Marie Claire.
Entenda o caso:
Em 2014, uma mulher, chamada de Themis pela reportagem da Marie Claire, conta que ela e uma amiga aceitaram uma carona de Prior ao sair de um jogo do Interfau, jogos universitários de Arquitetura. Após deixar a outra menina em casa, o ex-BBB teria parado o carro na rua e a estuprado. Segundo o relato, ela chegou a ir ao hospital após o ato e um ano após o ocorrido passou a ter crises de pânico, precisando de apoio para ir e voltar do trabalho.
Outra estudante, chamada na reportagem de Freya, acusa o ex-brother de tentar estuprá-la em 2016, também nos jogos universitários. Prior teria aproveitado seu estado de embriaguez e, dentro de sua barraca, tentou forçar um ato sexual mesmo sem preservativo.
A terceira mulher que acusa o paulista afirma que foi estuprada em 2018. O ato teria acontecido na mesma situação dos outros dois, no Interfau. Inicialmente, Ísis conta que iniciou relações sexuais de maneira consentida, mas o ex-BBB passou a agir de maneira agressiva e não parou quando ela pediu. Duas testemunhas sustentam a versão da jovem.
Após os casos, a comissão da Interfau baniu o arquiteto dos jogos. Apesar das acusações, nenhuma das mulheres prestou queixa contra Prior na época. As advogadas Maira Pinheiro e Juliana de Almeida Valente representam as três acusantes, que se uniram para formar a denúncia.
As advogadas entraram com um pedido de medidas cautelares para que Felipe fosse proibido de manter contato com as vítimas. A solicitação foi acolhida pela Promotoria de Justiça do Estado de São Paulo e aguarda julgamento. Segundo a reportagem, como os crimes aconteceram em três cidades diferentes, a investigação poderá ser realizada por um grupo do Ministério Público ou se desdobrar em até três inquéritos diferentes.
Prior se defendeu em vídeo:

https://www.instagram.com/p/B-iR4QBhYxT/

“Estou muito chateado mesmo. Desconheço todos os fatos apresentados. Nunca cometi nenhuma violência sexual contra ninguém. Sou inocente. O que me deixa mais chateado é saber que depois que entrei na casa, apresentaram denúncias pesadas contra mim. Meus advogados estão tomando todas as providências. Quero dizer ao público que todo carinho que estão me passando está me deixando mais forte. Isso é importante pra mim”.

Habeas corpus negado
Felipe Prior teve um pedido de habeas corpus indeferido pela Justiça de São Paulo. A ação foi feita pela defesa do arquiteto como forma de extinguir denúncias de estupro e tentativa registradas contra ele depois de sua saída da casa do “Big Brother Brasil 20”. O documento também tinha objetivo de impedir uma possível prisão de Prior.
Segundo a assessoria jurídica do arquiteto, o pedido de habeas corpus foi feito na quarta-feira passada, dia 8. Esse dispositivo jurídico, previsto da Constituição de 1988, pode ser acionado sempre que alguém se sentir ameaçado de sofrer violência, ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Em nota a defesa de Prior comentou:
“Na data de ontem, (14) foi proferida decisão de lavra da Excelentíssima Magistrada Carla Santos Balestreri que indeferiu a liminar requerida. A magistrada solicitou informações à autoridade policial (delegada de polícia titular da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, Capital) sobre o inquérito policial instaurado, que Felipe Prior, ainda, não tomou conhecimento formal, para posteriormente conceder vistas ao Ministério Público e ao término desses atos, julgar o mérito do Habeas Corpus impetrado no dia 8 de abril deste ano. A defesa de Felipe Prior aguardará a prestação das informações a ser realizada pela autoridade policial”.

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