TRAGÉDIA: Filho de doméstica cai do 9º andar e morre; patroa é autuada por homicídio
A empregadora da mãe do menino que morreu ao cair do 9º andar de um prédio no Centro do Recife, na terça (2), chegou a ser presa em flagrante, mas pagou fiança de R$ 20 mil e acabou sendo liberada na delegacia. A mulher, que não teve o nome divulgado pela polícia, foi autuada por homicídio culposo, por ter agido com negligência. Segundo a corporação, ela vai responder ao processo em liberdade.
As informações foram repassadas, nesta quarta (3), pelo delegado Ramón Teixeira, um dia depois do acidente ocorrido no conjunto conhecido como “Torres Gêmeas”, no bairro de São José.
Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, passava o dia com a mãe, a doméstica Mirtes Renata, no apartamento dos empregadores, localizado no 5º andar do Condomínio Píer Maurício de Nassau.
Em entrevista coletiva, transmitida pela internet, a polícia informou que tudo indica que Miguel sofreu o acidente quando procurava pela mãe, que tinha saído para passear com o cachorro dos patrões. A perícia apontou que ele caiu de uma altura de 35 metros.
Na coletiva, o policial afirmou que a moradora teve participação no caso. De acordo com ele, a dona do apartamento e patroa da mãe de Miguel “era a responsável legal pela guarda momentânea dele”.
Ainda segundo o delegado, é um caso típico previsto no Artigo 13 do Código penal, que trata de ação culposa, por causa do não cumprimento da obrigação de cuidado, vigilância ou proteção.
“Ela tinha o dever de cuidar da criança. Houve comportamento negligente, por omissão, de deixar a criança sozinha no elevador”, explicou.
O delegado informou que câmeras do circuito interno de segurança do condomínio mostram o momento em que a mulher permite que Miguel entre sozinho no elevador. “Ela ainda aperta em um dos botões no alto no painel do equipamento, em um andar superior ao do apartamento onde residia”, afirmou.
“A moradora estava com a criança em casa, enquanto a mãe do menino passeava com o cachorro. A criança tentou ir atrás da mãe, uma vez, mas não conseguiu entrar no elevador. Na segunda vez, ele entrou no equipamento e se perdeu no prédio”, afirmou o delegado.
“A gente registrou que a criança gritava pela mãe. Possivelmente, o menino viu a mãe passeando com o cachorro em via pública”, comentou o delegado.