Rondônia vira referência em grupo nacional de Vigilâncias Sanitárias Estaduais
A metodologia utilizada nas barreiras sanitárias pela equipe técnica da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) é usada como referência nos estados de Roraima, Amapá, Santa Catarina e Tocantins. Rondônia se destacou no grupo nacional de Vigilâncias Sanitárias Estaduais pela experiência e eficiência, como afirma a biomédica, Vanessa Ezaki, que coordena os trabalhos por meio da Gerência Técnica de Vigilância do Estado de Rondônia (GTVISA/Agevisa-RO).
No dia 20 de março de 2020, a equipe da Agevisa instalou barreira sanitária no aeroporto internacional de Porto Velho – Governador Jorge Teixeira de Oliveira, atendendo ao Decreto n° 24.919, que estabelece o Estado de Calamidade Pública em todo o território de Rondônia.
“Destacamos-nos como um dos primeiros Estados a atuar antecipadamente na adoção de barreiras sanitárias como medidas de controle e disseminação do novo coronavírus”, informou a biomédica.
Rondônia implantou barreiras inclusive em áreas de atuação e competência da união, como por exemplo, no repatriamento de brasileiros do Peru, Bolívia, Paraguai. O trabalho atende os aeroportos, o Porto Cai N’água, as fronteiras do estado com a Bolívia e interestaduais: Acre, Mato Grosso, Amazonas. Com o passar do tempo as barreiras sanitárias foram estendidas para as rodovias e rodoviárias, nos pontos de entrada de cada município. A Vigilância Sanitária teve apoio das demais vigilâncias (epidemiológica, saúde ambiental e saúde do trabalhador), bombeiros, Polícia Militar, e até servidores remanejados de outras secretarias.
EM BUSCA DA INFORMAÇÃO PRECISA
A metodologia traz consigo um trabalho minucioso de pesquisa. “Contamos com a captação de dados das barreiras sanitárias através do Google Forms para elaboração de um boletim estadual diário de barreiras sanitárias, uso da tecnologia de QRCode para os viajantes do aeroporto e envio diário da relação aos municípios para monitoramento dos sintomas de quem está entrando no Estado, informação diária no painel de combate ao coronavírus no site do governo e no relatório do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), e por último, a aferição de temperatura dos transeuntes”, explicou Vanessa Ezaki.
A Barreira Sanitária possui caráter informativo, norteador e sua finalidade é amparar a Vigilância Epidemiológica e o Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde de Rondônia (Cievs) no monitoramento, por meio de coleta de informações importantes e do preenchimento do Formulário de Identificação do Viajante, com dados imprescindíveis de localização do transeunte, com o intuito de prevenir a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) no Estado, promovendo, por conseguinte o enfrentamento à pandemia no território.
O intercambio com os profissionais de outros Estados já acontece virtualmente. A preocupação dos governos com os registros no Brasil de casos de Covid-19, doença causada pelo coronavírus, motivou a intensificação de medidas de segurança para o combate à pandemia. Além da prevenção e recomendações que levam inclusive restrições, muitas cidades aderiram às barreiras sanitárias que tem como objetivo inibir a entrada de pessoas contaminadas.
AÇÕES IN LOCO
Após o desembarque, a equipe da Agevisa realiza orientação quanto à necessidade do isolamento para quem chega com sinais e sintomas gripais, de forma que evitem aglomerações e compartilhamento de objetos pessoais, e façam a higienização correta das mãos. É dada prioridade de informações para os viajantes que compõem o grupo de risco.
As orientações são transmitidas por meio da utilização de alto-falante, sendo adotadas as recomendações difundidas pelo Ministério da Saúde (MS), como evitar aglomerados de pessoas, distanciamento de dois metros entre as pessoas, prover higiene das mãos com água corrente e sabão, e/ou utilização de álcool em gel 70 % nas mãos sempre que tocar em superfícies inanimadas e ou contato com outras pessoas, manter quarentena (isolamento social) e sair de casa em casos de extrema necessidade.
As pessoas abordadas preenchem o Formulário de Identificação do Viajante Covid-19, através de QRCode ou formulário em papel, com dados pessoais dos passageiros, como: nome completo, idade, sexo, motivo da viagem, origem, destino e principalmente o endereço do destino final do viajante. Essas informações ajudam na intervenção rápida (rastreabilidade) do poder público, pois o acesso a esses dados possibilita manter a Vigilância Epidemiológica dos municípios em alerta em casos de passageiros suspeitos.
Na sequência das ações, os passageiros assintomáticos seguem para seus destinos, e os com sintomas de síndrome gripal, são identificados e orientados a procurar os serviços de saúde, sendo monitorados e acompanhados pela Vigilância Epidemiológica do município, e pelo Cievs/RO.
A identificação de um caso suspeito (sintomático respiratório) no momento da abordagem, na entrada (retorno) ao Estado é fator decisório na promoção de intervenções, propositando reduzir minimamente a disseminação do vírus Covid-19. “Esses passageiros são orientados quanto ao cuidado que deverão ter, sobretudo a quarentena, utilização de máscaras, higienização das mãos, atenção a sintomatologia como febre, tosse e falta de ar. Esses passageiros deverão manter contato frequente com a Vigilância Epidemiológica do município de destino final que por sua vez proverá todas as informações e acompanhamentos necessários a esses passageiros”, disse a gerente da Agevisa, Vanessa Ezaki.
AEROPORTO
Para sair da área de desembarque, todos os viajantes precisam entregar o Formulário de Identificação do Viajante Covid-19 à equipe da Agevisa, que por sua vez lacra todos os formulários em um malote identificando data, companhia aérea, nº do voo e horário de chegada. Por questões de segurança da saúde do trabalhador, o malote com formulários em papel somente é aberto em caso de confirmação de passageiro com coronavírus, e dessa forma começa a rastreabilidade de todos os passageiros abordos e seus destinos finais para comunicação imediata às Vigilâncias Epidemiológicas. Os dados de viajantes que optam pelo preenchimento em QRCode são enviados diariamente aos municípios para monitoramento de sinais e sintomas dos viajantes.
RODOVIÁRIA
Nas rodoviárias e fronteiras são procedidas ao viajante as orientações sobre sinais e sintomas do contágio pelo coronavírus, alerta sobre riscos de contaminação, conscientização sobre o uso correto de máscara e constante higienização das mãos, e recentemente, a aferição de temperatura dos viajantes.
As pessoas que declaram sinais e sintomas gripais preenchem o Formulário de Identificação do Viajante, os dados são enviados para a Vigilância Epidemiológica do município e consequente é realizado o monitoramento. As informações coletadas diariamente nas barreiras são encaminhadas ao Estado para elaboração do boletim diário e oficial do governo sobre o coronavírus em Rondônia.