Bandidos denunciam Bope ao MP e se dizem vítimas de execução em assalto no MT
Dois bandidos da quadrilha que trocou tiros com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no dia 29 de julho, quando seis comparsas morreram, denunciaram os policiais ao Ministério Público acusando os militares de terem armado emboscada para eles. Os bandidos acusam que foram vítimas de uma ‘execução sumária’, quando iam cometer um assalto. Eles prestam depoimento às 15h desta terça-feira (11) na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Geovane Ferreira Sodré e Rogério da Cruz Liberatori, ambos com passagens policiais por roubos, procuraram um dos advogados criminalistas mais conhecidos de Cuiabá, Waldir Caldas, para denunciar os policiais.
Geovane e Rogério admitem que cometeriam um assalto a uma chácara na região onde ocorreu o confronto. Mas as informações de onde o crime seria realizado, a quem pertencia o local e todos os demais detalhes alegam desconhecer, dizendo que apenas o ‘líder’, que morreu no confronto, é quem sabia.
O Ministério Público do Estado, por meio do promotor Samuel Frungelo, determinou que a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa abra um inquérito para apurar a ação. A decisão foi tomada após os dois criminosos denunciaram a ação do Bope.
De acordo com a dupla, além do líder e dos outros cinco bandidos mortos, havia mais uma pessoa envolvida no planejamento do crime, que suspeitam ser um “informante” ou “delator” do grupo. Esta pessoa estaria em um carro à frente dos outros dois e antes de chegar onde o Bope estava, acelerou e desapareceu.
A versão do Bope, desde o início, é que havia a informação de uma ação criminosa naquela madrugada, por meio do trabalho de inteligência. Em patrulhamento, quando avistaram os veículos com as características passadas, iniciou-se uma perseguição. Os bandidos, no entanto, pararam em uma curva e começaram a atirar, quando os policiais revidaram e seis foram mortos.
Desde o início, o Bope apontava que havia, possivelmente, um criminoso que conseguiu fugir, entrando pela mata. Geovane e Rogério ficaram feridos, sendo que um deles, não especificado pelo advogado, levou um tiro na mão e foi atendido numa unidade de saúde pública. Mas o criminoso afirmou que havia levado um salve do Comando Vermelho e, por isso, foi liberado após ser atendido. O outro criminoso teve apenas alguns ferimentos nas costas de estilhaços.
Os advogados que representam os dois envolvidos com a quadrilha querem que as imagens das câmeras por onde os veículos passaram sejam analisadas para tentar identificar o possível “informante”.
A ação do Bope é investigada pela Corregedoria Geral da PM, que já instaurou Inquérito Polícia Militar(IPM), como ocorre em todas as situações de confronto. De acordo com a assessoria de imprensa da PM, o procedimento está em tramitação.
Os bandidos que morreram no confronto com o Bope foram identificados como: Gabriel de Paula Bueno, 20 anos, Jhon Dewid Bonifacio de Lima, 22, Andre Felippe de Oliveira silva, 24, Willian Dhiego Ribeiro Moraes, 37, o policial militar Oacy da Silva Taques Neto, 30 anos, e o filho de um sargento da PM, Leonardo Vinícius Pereira de Moraes, 24.