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Seu Smartphone sabe dizer se você está bêbado?

Em breve, smartphones poderão ter uma nova função de saúde pública: detectar se o usuário está bêbado apenas pelo modo de andar – e alertá-lo que suas habilidades motoras estão afetadas, mesmo que ele ele não faça ideia disso.

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Uma equipe de pesquisadores da Universidade Stanford e da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, desenvolveu um software capaz de utilizar os acelerômetros presentes nos celulares para identificar se uma tem o clássico “andar de bêbado”. Acelerômetros são sensores de movimento que detectam e medem vibrações, e com isso conseguem detectar a posição dos smartphones no espaço – é graça à ele que a tela se adapta caso você vire o celular na horizontal, por exemplo.

Mesmo quantidades pequenas de álcool podem alterar o modo como uma pessoa anda, tornando a caminhada mais irregular e confusa. Os cientistas queriam checar se os detectores de movimento dos celulares conseguiriam capturas essas mudanças sutis e testaram a hipótese em um novo estudo, publicado na revista Journal of Studies on Alcohol and Drugs.

Na pesquisa, voluntários com idades entre 21 e 43 anos consumiram uma bebida contendo vodka com um nível de álcool equivalente a oito cervejas. Em um bafômetro, o valor indicado seria de 0,2 mg/L,bem acima dos 0,08 mg/L permitido nos EUA e dos 0,05 mg/L no Brasil. Ao longo das sete horas seguintes, os voluntários eram novamente testados pelo bafômetro a cada 60 minutos, e também caminhavam passos para frente e dez passos para trás em linha reta. O celulares ficavam amarrados do lado de trás de suas cinturas por um elástico.

Em 90% dos casos em que o bafômetro indicava que a pessoa estava acima do limite de álcool permitido, os smartphones também conseguiam identificar bêbados, taxa de acerto considerada alta e que se manteve mesmo após horas da ingestão do álcool.

Segundo os pesquisadores, os resultados são promissores o suficiente para que, no futuro, possa se criar um aplicativo que alerte usuários com os movimentos alterados pela bebida. Um estudo anterior da mesma equipe demonstrou que até 50% das pessoas que bebem demais não notam que suas habilidades motoras estão comprometidas e acreditam estar plenamente capazes de realizar tarefas como dirigir,por exemplo – quando, na verdade, colocam suas próprias vidas e de outras pessoas em risco.

No entanto, o método ainda precisa de mais testes: o estudo foi feito com o celular amarrado na cintura dos participantes, e a equipe agora precisa checar se a precisão se mantém alta mesmo com o equipamento no bolso ou na mão do usuário, por exemplo. Mas a equipe permanece otimista. “Em cinco anos, eu gosto de imaginar um mundo em que pessoas saem com amigos e bebem em níveis perigosos receberão um alerta nos primeiros sinais de embriaguez, e receberiam estratégias para ajudá-las a parar e evitar situações de risco como dirigir, violência ou sexo desprotegido”, disse Brian Suffoletto, o líder da equipe, em comunicado.

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