Entenda o conceito de Ensino Híbrido e as condições para implementá-lo com o uso de tecnologias digitais
Diante do desafio de conciliar a reabertura das escolas com os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19, diversas redes municipais e estaduais vão combinar atividades presenciais e remotas no ano letivo de 2021 para fazer um rodízio entre as crianças e jovens nas salas de aulas.
Para muitas redes, essa abordagem também será fundamental para viabilizar o continuum curricular, o ano letivo “dois em um” proposto pelo Conselho Nacional de Educação para permitir a integralização da carga horária de 2020 (em casos em que não foi totalmente cumprida) neste ano.
Essa mescla de ensino presencial e remoto vem sendo chamada de ensino híbrido, mas o conceito vai muito além da mera combinação ou alternância das duas modalidades, como informa a Nota Técnica #18: Ensino híbrido e o uso das tecnologias digitais na educação básica, produzida pelo CIEB em parceria com a Tríade Educacional para orientar as redes públicas de ensino. Clique aqui para acessar a Nota Técnica.
A publicação apresenta os aspectos estruturais da prática, aponta os modelos mais recomendados para cada realidade escolar, lista as condições-chave para implementá-la e ainda destaca de que maneira a articulação entre momentos presenciais e remotos, com o uso de tecnologias digitais, pode efetivamente ampliar o tempo, o espaço e o ritmo de aprendizagem de estudantes.
“Essas premissas estão descritas no nosso conceito de Escola Conectada, que estabelece que as escolas precisam alcançar uma visão estratégica e planejada para o uso da tecnologia na educação, desenvolver competências digitais entre os/as docentes, selecionar recursos educacionais digitais alinhados ao currículo e, finalmente, ter uma infraestrutura adequada”, informa Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB. “O uso pedagógico das tecnologias digitais tem potencial para contribuir com a aprendizagem somente quando existe uma atuação equilibrada e simultânea nessas quatro frentes”, acrescenta.
O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS
Na visão do CIEB, o ensino híbrido utiliza e integra as várias tecnologias digitais tanto nos momentos remotos como nos exclusivamente presenciais. Dessa forma, em um cenário de reabertura das escolas, seria possível trabalhar com essa abordagem mesmo que a turma de estudantes não tenha computadores e/ou internet em casa.
“A utilização dos dispositivos e dos recursos educacionais digitais aconteceria no ambiente da escola – não necessariamente em laboratórios e tampouco na proporção de um equipamento por estudante – por meio da rotação por estações ou do laboratório rotacional, dois possíveis modelos de ensino híbrido”, esclarece Lilian Bacich, cofundadora da Tríade Educacional.
Mesmo reconhecendo que o acesso a computadores e à conectividade é um desafio para muitas redes e comunidades escolares, a Nota Técnica # 18 reforça a importância de as escolas se responsabilizarem pela oferta de situações que desenvolvam a cultural digital por se tratar de uma das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
“As crianças e jovens precisam aprender a utilizar as tecnologias digitais para pesquisar e compartilhar informações com ética e criticidade, produzir conhecimentos e desenvolver a autonomia. Nesse sentido, as redes devem fazer o possível para permitir que os/as estudantes desenvolvam habilidades para lidar com o digital de forma mais interativa e consciente”, finaliza Alice Carraturi, da equipe de educação do CIEB.