Desenvolvido pela Seduc, projeto “Dia de Ler. Todo dia” estimula leitura em alunos da Educação Básica
O prolongamento do período de pandemia do coronavírus tem levado professores da Rede Pública Estadual de Ensino à criatividade digital e à reinvenção para o melhor aproveitamento do projeto “Dia de Ler. Todo dia”, do Governo de Rondônia, criado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) que visa fortalecer ações que envolvam atividades de leitura entre os estudantes, garantindo acesso à cultura e à informação no intuito de formar bons leitores, propondo melhoria no desempenho escolar e gerando satisfação e construção do hábito de ler.
O prêmio é desenvolvido em três fases: local, regional e estadual e propõe a premiação aos professores idealizadores dos projetos e às escolas que desenvolveram as atividades e boas práticas de incentivo à leitura.
O Governo investiu R$ 116,3 mil nesse programa que contempla a Educação Básica e é desenvolvido em três fases: local, regional e estadual e propõe a premiação aos professores idealizadores das propostas e às escolas que desenvolveram as atividades e boas práticas de incentivo à leitura.
“Aqui está de vento em popa”, comentou a professora Edaiane Sana, coordenadora do projeto na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Cora Coralina em Ariquemes, a 198 quilômetros de Porto Velho.
Previsto no calendário anual de atividades, nessa escola o projeto “Dia de Ler. Todo Dia” ganhou derivados: Hora da Leitura e Cantinho da Leitura, envolvendo alunos do 3º ao 5º ano no Fundamental 1, e do 6º ao 9º, no Fundamental 2. “Os resultados são muito bons, porque a maioria é incentivada pelos próprios pais”.
A estratégia funcionou bem, conta Edaiane: “O Cantinho da Leitura foi desenvolvido por alunos do 5º ano mediados pela professora Maria Ely”.
Dos 1.109 inscritos no projeto, na escola, metade interage com professores e outra metade recebe conteúdos impressos e enfrenta a carência de interatividade com o uso da internet.
O educador, Antônio Kellisom Gondim, criou a professora virtual, Cecilia Bechara, para auxiliar como alternativa de ferramenta pedagógica na plataforma que diversifica a prática dos professores. Fez isso, por meio de cursos dos quais ele participa na Universidade Federal do Ceará, durante a pandemia.
Os professores Gondim e Celda Ione Candioto, dividiram a aula de língua portuguesa em três momentos, com perguntas, respostas e critérios avaliativos e tema do 2º bimestre.
“Apesar de tudo, nossa motivação cresce porque este ano teremos Olimpíada de Língua Portuguesa”, anunciou Edaiane.
CUJUBIM
Em Cujubim, na região do Vale do Jamari, a 159 quilômetros da Capital, a Escola Antônio Francisco Lisboa deu início ao projeto “delivery da leitura”, sob a responsabilidade de professores coordenadores do 7º ano. “Nesse começo, pretendemos que os alunos do 7ºano tomem gosto pela leitura; a inscrição já possibilitou a retirada de livros ilustrados, e o ânimo maior vem depois da vacinação (anti-covid-19) que também chega aos jovens e permitirá a interação com escola”, explicou a diretora, Ivanete Tavares.
Alunos do 5º ano na Escola Cora Coralina vêm se dedicando à produção de poemas, enquanto os do 3º e 4º anos se dedicam à literatura infantil. “Eles enviam áudios e vídeos aos professores responsáveis por turmas, alguns são apoiados pelas mães que criaram em casa o seu cantinho de leitura”, contou Edaiane.
Equipes do 6º e 7º anos entregaram-se às memórias literárias, produzem textos e cartazes demonstrando sentimentos e exercendo a criatividade. Turmas do 8º e 9º anos trabalham crônicas, apoiados pelos educadores do 9º.
“Eles até fizeram live com o lançamento do programa, usam músicas de séries de um canal de TV por assinatura, e como não há feira literária, usamos o Facebook da escola para expor o trabalho de cada um”, ressaltou a coordenadora.
JOVENS E ADULTOS
Na Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Ariquemes, as dificuldades trazidas pela pandemia também são sentidas, principalmente devido ao distanciamento. “Mas a leitura é a base de tudo, e vamos encarar esse desafio, aguardando o momento do retorno do ensino presencial”, observou o professor Edvaldo Maciel Ferreira.
Segundo ele, o projeto “Dia de Ler. Todo Dia” vai ao encontro de muitos jovens que sentiram rejeição na sociedade, e são carentes de estímulo para resgatar a leitura. “Vamos estimulá-los o máximo possível, o livro voltará à sala de aula, e com o projeto temos a oportunidade de melhorar o interesse deles”, comprometeu-se.
O professor disse ainda que o EJA tem média de 17 a 18 alunos por série do Fundamental, e 30 no do Ensino Médio. “A recuperação da defasagem que é geral exigirá nossos esforços e dos pais; queremos contar com o apoio deles nesse sentido”, apelou.