Homem se apresenta à PM acusando irmão de ocultar corpos de meninos
Um homem se apresentou à Polícia Militar e acusou o irmão de ter participado da ocultação dos corpos dos três meninos desaparecidos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no final de 2020.
A Polícia Civil busca informações do paradeiro de Lucas Matheus, de 9 anos, e Alexandre Silva, 11, e Fernando Henrique, 12, que estão desaparecidos há mais de sete meses. A secretaria ainda não comentou a denúncia.
O homem se apresentou ao 39º BPM (Belford Roxo) e declarou que as crianças teriam sido espancadas e mortas a mando de José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como “Piranha”.
O motivo teria sido o roubo de uma gaiola de passarinho, hipótese já investigada pela polícia. Depois disso, o irmão do homem que fez a denúncia teria levado os corpos até uma localidade conhecida como Ponto do Ferro 38, por onde passa um rio que corta o município de Belford Roxo.
Ao ir até um endereço indicado pelo denunciante, a PM encontrou o acusado, que foi levado junto com o irmão para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, em Belford Roxo. Os dois irmãos possuem passagem na polícia por tráfico de drogas.
O denunciante disse que o próprio irmão participou da ocultação dos corpos, que teriam sido levados para a Estrada Manoel de Sá em um carro e depois deixados em uma ponte.
O homem afirmou que procurou uma unidade da PM porque a delegacia era perto da comunidade Castelar. Ele posteriormente foi ouvido por policiais civis.
Depois da denúncia, o outro irmão também se apresentou à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e negou as acusações. Ele afirmou que a denúncia foi motivada por uma richa com o irmão.
José Carlos, o traficante Piranha, foi denunciado e é procurado por ter ordenado a tortura de um homem inocente que foi apontado como suspeito pelo crime. Segundo a DHBF, através de uma ligação de vídeo, “Piranha” teria ordenado a tortura do homem
Na segunda-feira (26), a polícia realizou uma operação na região do Complexo do Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Até 11h50, os agentes recuperaram um veículo e apreenderam armas, munição e drogas ainda não contabilizadas, além de um caderno de contabilidade do tráfico de drogas.
No início deste mês, parentes dos meninos participaram de uma reunião com o delegado do caso e com representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para cobrar resposta sobre o caso.
Segundo a avó e a mãe de um dos meninos, a Polícia Civil informou que recebe muitas informações falsas e trotes pelo Disque Denúncia, mas disse que vem trabalhando em uma nova linha de investigação. A polícia, no entanto, não deu detalhes às famílias para não atrapalhar o trabalho.
Prisão em Belford Roxo
Na terça (20) da semana passada, a PM prendeu um homem que, segundo a corporação, teria envolvimento no caso.
Conhecido como “Rabicó”, ele foi detido por policiais do 39° BPM (Belford Roxo). Investigadores ouvidos pelo G1 disseram que o apelido não consta nas investigações da Polícia Civil sobre o caso e que o homem seria um traficante na Comunidade Castelar, região de onde eram os meninos.
Apesar do nome não estar nas investigações, a Polícia Civil não descarta que a prisão possa ajudar, já que ele atuava no tráfico da área. Um celular foi apreendido.
Segundo a PM, policiais militares estavam em patrulhamento no bairro Piam e abordaram um homem com atitude suspeita. Ele foi identificado como Erick Faria de Paula e, de acordo com a corporação, tem dois mandados de prisão em aberto em seu nome.