Saúde

Remédio para covid-19 pode ajudar no fluxo menstrual

Um estudo publicado no início de julho na revista científica EBioMedicine descobriu que o anti-inflamatório esteroide dexametasona, que ajudou na sobrevida de pacientes internados com covid-19, pode ajudar a reduzir pacientes com menstruações que causam sangramento excessivo.

O medicamento também é usado para doenças como asma grave e certas formas de artrite.

“O sangramento menstrual intenso pode afetar enormemente a vida, especialmente para empregos específicos ou circunstâncias da vida”, comenta a pesquisadora Pamela Warner, Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, principal autora do estudo, citada pelo jornal britânico The Guardian.

Outro risco dessa condição, segundo ela, é a perda de ferro como resultado do excesso de sangramento menstrual e que afeta a saúde em geral, particularmente em mulheres sem condição de receber tratamento médico adequado.

“O tratamento mais comum é o dispositivo intrauterino [DIU], que também é um anticoncepcional”, diz Warner ao jornal. O problema é que ele não é adequado a todas as mulheres, especialmente aquelas que não desejam usar versões sintéticas de hormônios.

Por isso a dexametasona pode ser uma alternativa.

Como foi o estudo
No estudo, foram examinados dados de 97 voluntárias com mais de 18 anos. Todas tinham sangramento menstrual intenso, com perda média de 50 ml ou mais de sangue, e ciclos menstruais que duravam de 21 a 42 dias.

As participantes foram randomizadas para receberem placebo ou uma das seis diferentes doses de dexametasona, que foram tomadas duas vezes por dia durante cinco dias na fase do ciclo menstrual, antes do início do sangramento. Isso foi repetido por três ciclos menstruais.

Os resultados sugerem que o anti-inflamatório pode reduzir o volume de sangue perdido durante os períodos. O efeito se mostrou maior com a dose de 1,8 mg por dia. Depois de levar em consideração os níveis de perda de sangue menstrual no início do estudo, as mulheres que ingeriram essa dose de dexametasona tiveram uma redução média na perda de sangue menstrual de 25 ml, em comparação com as que receberam placebo.

“É o primeiro tratamento médico inteiramente novo para sangramento menstrual intenso em quase 20 anos”, afirma Pamela Warner ao The Guardian.

Ela acrescenta que não houve reação adversa grave entre as voluntárias que ingeriram dexametasona, embora algumas apresentaram efeitos colaterais potenciais leves, como tontura, dor de cabeça e distúrbios do sono.

Ainda assim, Warner diz que uma são necessárias novas pesquisas para avaliar a aplicação do remédio diretamente na vagina, o que poderia reduzir a dose, contribuindo para menos efeitos colaterais.

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