Saúde

Profissionais da Saúde do Hospital de Base participam de minicurso de introdução à Libras

O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), sob a coordenação da Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (Depe-HBAP), iniciou a segunda turma do minicurso de introdução à Língua Brasileira de Sinais (Libras). O treinamento acontece no auditório da unidade hospitalar, com a participação de mais de 100 profissionais da Saúde inscritos, entre: enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas e outros que integram as equipes multidisciplinares da unidade de saúde.

O minicurso tem a duração de 8 horas e após essa introdução a Libras, os participantes estarão aptos a ingressar no módulo mais completo a ser realizado ainda este ano. “Já estou negociando outro treinamento mais avançado para os participantes”, disse a coordenadora do Depe, Silvania Colares de Miranda.

A meta é capacitar profissionais de saúde da unidade com conhecimentos básicos sobre Libras, a partir da comunicação por sinais utilizada por qualquer pessoa, sejam elas surdas ou não.

Professora Zeni Silva ensinando Libras aos profissionais da Saúde do HBAP.

Segundo Silvania Miranda, é necessário ensinar servidores em Libras para que estejam em condições de se comunicar com pacientes surdos atendidos eventualmente na unidade hospitalar.

A compreensão dos sinais é indispensável no apoio à comunicação dos pacientes com as equipes médicas, de enfermagem e do serviço de Assistência Social, que lidam todos os dias no contato, atendimento e tratamento de pessoas com diferentes perfis clínicos.

São duas oficinas, com carga horária de 8 horas cada, possibilitando que equipes de diferentes escalas de trabalho participem. A primeira aconteceu nos dias 13 e 14 de agosto, e a segunda iniciou na quarta-feira (25) e vai até sexta-feira (27), no período das 13 horas às 17 horas.

A facilitadora Zeni Silva, servidora da unidade e especialista em Libras, explica que:

“o objetivo do treinamento é tornar o atendimento da unidade cada dia mais acessível e colaborar com os meus colegas de trabalho para que todos atendam adequadamente os nossos usuários” acrescenta.

Para Raquel Gil, diretora-geral do Hospital de Base, a unidade vem buscando trazer cada dia mais a realidade da inclusão para todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), “com essas iniciativas conseguimos garantir um atendimento de qualidade ao nosso paciente, lidando de forma integral com as necessidade de cada cidadão”.

Os participantes se inscreveram via on-line pelo link, ou código QR code veiculados nos canais institucionais do hospital.

LEI DE INCLUSÃO

Segundo a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015), é importante que profissionais de saúde, em especial os que trabalham em serviços de habilitação e reabilitação, tenham capacitação inicial e continuada para melhor atender esse público específico.

O inciso III, do artigo 18 da lei, prevê que seja garantida capacitação inicial e continuada aos profissionais que prestam assistência às pessoas com deficiência. Aprender Libras é essencial para conhecer melhor a comunidade surda. Esta comunicação, em algumas situações, ocorre por intermédio do intérprete em Libras e assegura à pessoa surda o direito linguístico em poder ser atendido na própria língua de Sinais.

Além deste dispositivo legal, temos a Resolução 5626/05 que regulamenta a Lei da Libras e prevê ações integradas entre as áreas da Saúde e da Educação para o uso, difusão e ensino da Libras como forma de garantir os direitos do cidadão surdo. Ou seja, segundo Zeni da Silva, a formação não é uma atidude humanitária, é um dever de todos a execução de eventos de formação, capacitação e até mesmo, sensibilização para que este grupo minoritário seja de fato incluído na sociedade em geral e, especificamente na Saúde.

Zeni comenta ainda que há muito o que se fazer, mas este, é um passo importante para a promoção de um atendimento mais justo e com equidade para os sinalizantes. Ela espera que os minicursistas, saiam motivados a dar continuidade no aprendizado de Libras e que estes conhecimentos perpassem o simples “comunicar por sinais”; mas que alcancem uma reflexão mais profunda agregando o sentimento de solidariedade, sororidade, empatia e responsabilidade social para com pessoas que, muitas vezes, não podem escolher como se comunicar, se não por sinais. Assim, aprender e ensinar Libras não é apenas uma atidude acadêmica ou legal, é uma atitude de solidariedade e amor para com o próximo.

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