BIZARRO: Empresa esta vendendo umidade do ar da Amazônia engarrafada; cada garrafa custa R$ 323
Fabricação de água. Esta é a especialidade da Ô Amazon Air Water, empresa brasileira inovadora que transforma a umidade do ar da Amazônia em água engarrafada.
O processo é curioso, mas simples. A instalação da empresa, que fica na cidade de Barcelos (Amazonas), tem captadores para atrair e condensar a umidade do ar em reservatórios esterilizados. Como no processo natural, a água passa do estado gasoso para o líquido sem nenhum processo químico e de forma sustentável. A empresa tem capacidade para produzir até cinco mil litros por dia.
Como parte do compromisso com o meio ambiente, a Ô Amazon diz que vai usar embalagens de vidro, material 100% reciclável, e tampa biodegradável. A empresa pretende atuar no segmento de luxo, por isso, as garrafas de 750 ml de água vão ser vendidas apenas na Europa, por enquanto, por 70 euros, equivalente a R$ 323. Para primeiro ano, a projeção de venda é de seis milhões de garrafas.
Achou caro? Claro que sim, para um consumidor comum, como eu, que reclama em pagar R$ 5 numa garrafinha que custa R$ 1,50 na adega. Mas para a perspectiva da Ô Amazon, até que é um precinho camarada. Disputando o mercado de superluxo, a água do ar da Amazônia passa a fazer parte de um seleto grupo de apreciadores de águas caríssimas. Algumas marcas de grife dão status aos seus consumidores, e a procedência é um dos atributos mais importantes para esses consumidores de produtos de luxo, além das embalagens, muitas delas criações de artistas reconhecidos.
Podem vir do Monte Fuji no Japão, de um aquífero profundo de uma cidade europeia, de uma montanha na Indonésia ou de um vulcão da Nova Zelândia. Algumas são purificadas dezenas de vezes e chegam a custar milhares de reais. Além da distribuição internacional, a Ô Amazon vai dar galões de 20 litros para pessoas sem acesso a água tratada em Barcelos.
“Junto às autoridades do município, criamos o ‘Galão 20 litros’, onde teremos o cadastro de pessoas em situação de vulnerabilidade da cidade, para quem vamos fazer as doações”, contou o empreendedor e sócio Cal Junior.