Mãe que saiu correndo do trabalho ao saber que sua bebê tinha se afogado é demitida e acusada de “violar a segurança”
Thalia Brown estava trabalhando em uma empresa de alimentação, dentro do aeroporto de Rockhampton, na Austrália, e recebeu uma ligação que é o pesadelo de muitos pais e mães ao redor do mundo. Pelo telefone, ela foi informada de que sua filha, Taidyn Murphy, a quem eles apelidaram carinhosamente de ‘Totty’, com apenas 17 meses, tinha se afogado na banheira de hidromassagem da família.
Desesperada, ela saiu correndo do terminal com o celular na mão, procurando alguém que pudesse lhe dar uma carona o mais rápido possível. Ela precisava estar com sua bebê. O marido dela tinha a deixado no trabalho um pouco mais cedo, por isso, ela estava sem carro. O caso aconteceu no dia 19 de setembro.
Segundo contou, em entrevista ao jornal Courier Mail, a manhã foi um borrão. “Eu estava chorando, gritando e implorando para que me levassem para casa porque minha filha estava morrendo”, disse a mãe.
A família tentou fazer uma reanimação cardiorrespiratória em Totty, antes de levá-la para a Delegacia de Polícia de Gracemere, que fica perto da casa deles. Os oficiais também tentaram a reanimação. Em seguida, a bebê foi levada para o Hospital Infantil de Queensland, em Brisbane, em coma induzido. Apesar de todos os esforços, infelizmente, no dia seguinte, Totty morreu nos braços de sua mãe.
No dia, Thalia chegou a receber uma mensagem de texto de seu chefe, que dizia: “Meu coração está com você”. Mas, aparentemente, as palavras não eram tão verdadeiras. Depois da morte de Totty, que foi uma tragédia, Thalia entrou em contato com o empregador três vezes. Ela queria tentar organizar turnos para trabalhar, se distrair e tentar ganhar algum dinheiro. Os contatos teriam acontecido em 23 de setembro, 5 de outubro e 7 de outubro, mas nenhum teve sucesso. A mãe ouviu como resposta que a empresa, Cater Care, retornaria com uma resposta em breve.
No dia 13 de outubro, pouco menos de um mês depois da trágica perda da bebê, a mãe foi informada pela empresa de que não estava em uma “boa posição”. Embora, tecnicamente, ainda tivesse um emprego na Cater Care, disseram que ela deveria começar a procurar trabalho em outro lugar.
A empresa ofereceu a ela uma referência, mas disse que o fato de ela ter passado pela segurança com o telefone na mão, foi considerado uma violação de segurança do aeroporto. “O que eles esperavam que eu fizesse? Minha bebê estava morrendo”, indignou-se a mãe.
“Estou enojada e triste com isso… Eu fiz o que qualquer mãe teria feito. Eu teria passado por cima de fogo e feito qualquer coisa para chegar até ela e estar com ela”, afirmou.
Um porta-voz do Conselho Regional de Rockhampton – dono do prédio do aeroporto – disse que a Cater Care tomou uma “decisão de negócios” e afirmou que o Conselho não teve envolvimento na decisão.
“Em nome do Conselho Regional de Rockhampton, desejo estender nossas mais profundas condolências e solidariedade à família por sua dolorosa perda”, disse. “Posso confirmar que o Conselho e o Aeroporto não fizeram parte de nenhuma decisão de emprego tomada por uma empresa privada em relação a sua equipe – foi uma decisão tomada pela empresa”, afirmou.
Um porta-voz da Cater Care disse ao Courier Mail que a gerência da empresa está ciente das circunstâncias e que está “apoiando a funcionária neste momento difícil”. “Temos um processo interno que estamos comprometidos a seguir para garantir uma revisão e avaliação justas desta situação”, disse o porta-voz. “A Cater Care está vinculada aos requisitos de segurança ASIC (Aviation Security) e isso está sendo considerado como parte de nosso processo”, completou.
A mãe explicou que a pequena foi cremada e que suas cinzas foram colocadas dentro de ursinhos de pelúcia para os irmãos dela, pois eles “não estavam conseguindo lidar com a situação”. Os ursos foram chamados de ‘Totty Teddies’.