Educação

Coluna – Por Professor Edson Silva destacando Em busca do trabalho perdido, no pós-pandemia

A Revolução tecnológica é apresentada com roupagens de novas máquinas maravilhosas, independente se causam algum problema social (desemprego), e as soluções sugeridas brotam com manipulação da economia sugerindo para a busca de profissões de futuro mais promissor, porém a Revolução tecnológica pende radicalmente para uma mudança de direção do trabalho humano.

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Para saber o modo como vamos trabalhar no futuro imprescindível estudar as práticas de trabalho do passado, com o aparecimento do homem no planeta, Revolução Agrícola, Idade Média, Revolução Industrial, Revolução Biotecnológica, até chegarmos nessa enrascada atual da Pandemia Covid-19, reflexo de “nossas” aventuras científicas. Cada ciclo enunciado tem seu modo de trabalhar distinto, estilo de vida diferente, cicatrizes psicológicas próprias de seu tempo.

A OIT estima entre 8,8 milhões e 35 milhões a mais de pessoas que trabalharão em situação de pobreza em todo o mundo, em comparação com a estimativa inicial para 2020 (previa uma diminuição de 14 milhões). Isso adicionado aos 19,4 milhões de desempregados, antes da pandemia, e com a previsão de 25 milhões de trabalhadores que perderão seus empregos para a pandemia. Serão, em tese, 214 milhões de desempregados no mundo – os governos depositam total fé em seus tecnocratas, ignorando o bom senso. Como consequência desse processo de desemprego vemos uma vertiginosa ascensão da criminalidade – situação extremamente preocupante.

Nosso trabalhador precisa de mais informação, em termos humanos, sobre o que está a ocorrer com o mundo – era da biotecnologia, o efeito do Covid-19. Os informes sobre as maravilhas da tecnologia inicialmente foram interessantes, porém agora nos causa pânico. Muitos ainda se iludem com a possibilidade de as máquinas resolverem problemas humanos no trabalho.

O início do novo século veio com uma marca clara, a tecnologia e a biologia se fariam preponderar – a era da biotecnologia. Na mudança para a segunda década (2019 para 20) esse avanço das ciências nos pregaria uma peça. Um novo coronavirus, o Covid-19, nos obriga a pensar um novo e radical modo de viver e trabalhar, como já não bastasse as mudanças que vínhamos enfrentando. Esse quadro que ora atravessamos não pode ser entendido como um mero problema técnico ou sanitário (ou os dois em conjunto). É principalmente um problema humano – de atitude, estado de espírito, confiança e sobretudo de otimismo. Entender o real sentido da união de propósitos abrirá novos horizontes para os segmentos e países.

Não só no nosso Brasil, mas no geral, na atualidade vivemos um mundo sem ideias, sem orientação. Despedimo-nos do século XX sem uma filosofia para enfrentarmos as grandes mudanças do século XXI. Urge o surgimento não apenas de filósofos, mas também a originalidade de pensadores sociais. A tecnicalidade dos profissionais das áreas sociais precisa revestir-se de uma vestimenta mais original – bom senso e simplicidade.

Não há uma solução econômica mágica para o desemprego, por mais que cada governo e grupos econômicos arvorem ter, e apresentam a cada pleito eleitoral, e essa situação é global. Tentar resolver uma situação nova com métodos velhos, não me parece coerente. Na real, enfocar o trabalhador e não a economia, resolvendo o problema do desemprego com certeza fará a economia melhorar.

Trabalho não falta e nunca vai faltar, o que está a faltar são empregos. A crise atual dessa era biotecnológica, em especial nesse pós-pandemia Covid-19, é sobretudo uma crise emocional, muito mais que financeira ou econômica ou mesmo sanitária. Uma vez preparada emocionalmente, a solução brotará. E isso se fará sentir, a solução, na unidade de propósito, no espírito de brasilidade, no senso de nacionalidade, no pensar uma nação em que os poderes efetivamente sejam harmônicos entre si. Cada qual cumprindo sua atribuição constitucional.

Oportunidades de progresso no atual cenário

Surtos de crescimento econômico o Brasil viveu quando o desequilíbrio bateu nas portas da Europa e EUA, durante a 1ª e 2ª Guerra Mundial. Quando os países ricos lutam entre si, os países menos afortunados ficam à vontade para organizarem suas economias sem muita interferência ou dependência do exterior.

O 2º grande surto industrial brasileiro começou nos anos 50 com o governo Kubitschek que criou um crescimento acelerado por 25 anos, o que reflete os ciclos econômicos mundiais, segundo a teoria de Kondratiev – defende que a economia global tem uma dinâmica única. A partir da 1ª Revolução Industrial, a economia se constitui em ciclos, nos quais as fases de expansão econômica são sempre seguidas de fases de recessão, ciclos esses que variam de 55 a 80 anos. O lado capitalista não aceita que o capitalismo enfrentaria crises de tempos em tempos. Queiramos ou não o Brasil se rege pelo ciclo econômico de Kondratiev, e os problemas dos países desenvolvidos nos estimulam a buscar soluções econômicas sem muita interferência exterior, e principalmente não podemos/devemos confiar na ajuda dos países ricos.

Em suma, a situação do Brasil melhora com a economia mundial aquecida, mas a longo prazo a situação do Brasil melhora ao triplo se a economia mundial der sinais de fragilidade. Os indicadores apontavam para uma melhoria econômica nesse ano de 2020, mas a pandemia causada pelo Covid-19 afetou profundamente o panorama sanitário-econômico-social mundial, mais acentuadamente a Europa e Estados Unidos. Em ambos os casos podemos nos beneficiar.

A humanidade está a passar por uma revolução silenciosa, aprendendo a transitar da revolução industrial para o século da biotecnologia, convivendo nesse 2020 com uma pandemia, produto inesperado dos riscos dessa transição – seria o modelo de uma nova prosperidade na dança da hegemonia da geopolítica das nações??

A economia das nações gira em torno de três setores básicos, a saber: segmento da agropecuária, dos serviços, e da indústria. No momento, ao visualizarmos a economia global, esse evento sanitário 2020 afeta substancialmente esses setores, uns retraindo, outro expandindo. Nosso potencial, em se referindo ao Brasil aponta para que direção nesse contexto mundial??

 

                Desempenho do PIB do 1º trimestre 2020, por setores, Foto: Arte/CNN Brasil Business

Diante das ameaças, focar nas oportunidades parece ser uma excelente estratégia como política de governo ou mesmo política de estado (a observar o ciclo de Kondratiev).

Unir a sociedade brasileira abrindo-lhes os olhos se constitui no maior desafio da classe administrativa e política para que nos ocupemos de ver realidade o conhecido jargão – Brasil, o país do futuro chegou seu tempo.

Edson Silva, 12 de agosto 2020.

Consultas bibliográficas:

O futuro do trabalho na era tecnológica, Osmar de Almeida Santos, Editora Textonovo, SP, 1997.

https://administradores.com.br/noticias/n%C3%BAmero-de-desempregados-no-mundo-pode-aumentar-em-quase-25-milh%C3%B5es-diz-oit   

 

Professor Edson Silva Mestre em Ciências da Saúde, UNB; Auditor ISO 14.000; Auditor CONAMA 306; Pesquisador em Saúde Pública.

 

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