Geral

Empresa gasta R$ 2,9 milhões de respiradores errados

Em meio a crise do novo coronavírus, o estado do Amazonas gastou R$2,9 milhões em 28 respiradores pulmonares para tratar de pessoas infectadas pela Covid-19. Equipamentos foram adquiridos da Vineria Adega, loja de vinhos considerada ponto de encontro de políticos e empresários na região. Além de preços quatro vezes mais alto, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) informou que o uso dos aparelhos em pacientes da Covid-19 não é adequado.

Entre os equipamentos adquiridos, estão 24 ventiladores da marca REsmed, que são vendidos no mercado brasileiro e do exterior por uma média de R$ 25 mil. O Amazonas pagou R$ 104,4 mil em cada um, cerca de 316% a mais dos valores encontrados. Os outros quatro ventiladores são da marca Philips e foram adquiridos por R$ 117,6 mil cada, com uma diferença de 209,4% dos preço. Revendedores nacionais estão pedindo R$ 38 mil em cada.

A compra foi realizada no dia 8 de abril e dispensou licitação. João Barroso de Souza, procurador-geral do Ministério Público de Contas, pediu explicações ao governador Wilson Lima (PSC).

A nota, o governo afirma que a compra de equipamentos de combate ao novo coronavírus tem sido um problema do estado do Amazonas e de todo Brasil por conta da procura mundial pelos mesmos produtos. A alta demanda é o motivo de os preços estarem tão altos.

O comunicado diz ainda que, diante da situação de pandemia , o governo tem consultado diversos fornecedores para adquirir equipamentos por meio de compra direta.

No entanto, os aparelhos comprados não parecem ter uso indicado em pacientes que lutam contra o novo coronavírus, que precisam de suporte constante. Segundo médicos, os aparelhos adquiridos pelo estado são respiradores de deslocamento.

A nota ainda reitera que os respiradores tiveram aval de médicos do Hospital Delphina Aziz, considerado referência no tratamento da Covid-19 . Em vídeo publicado no Instagram, Lima aparece mostrando os ventiladores aos seguidores e diz que serão usados em leitos de UTI do Hospital Nilton Lins.

O governo do Amazonas alega que as compras foram feitas de forma legal. “O governo age de forma transparente, todos os gastos estão sendo divulgados no portal da transparência e reitera que está a disposição para atender os questionamentos dos órgãos de controle.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo