Governo adia Concurso Unificado em todo o Brasil por chuvas no RS
Equipe responsável pela prova havia mantido o exame para o domingo (5.mai), mas recuou; CNU tem 2,14 milhões de inscritos em 228 cidades
O governo federal decidiu nesta 6ª feira (3.mai.2024) adiar a aplicação das provas do CNU (Concurso Nacional Unificado) em todo o Brasil. O exame estava marcado para domingo (5.mai). A decisão se justifica pela situação de calamidade pública causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, onde ao menos 31 pessoas já morreram.
Conhecido popularmente como “Enem dos Concursos”, o país tem 2,14 milhões de inscritos na prova em 228 municípios.
Um total de 80.348 pessoas (4,3% do total para o Brasil) estão inscritas para realizar as provas em 10 municípios gaúchos (3,7% do total). Os dados são do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
Leia a lista abaixo:
fonte: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos
A decisão foi tomada com a aprovação da ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos). Ela falará à imprensa às 15h sobre o assunto no Palácio do Planalto.
Dweck recuou em relação ao que foi anunciado na 5ª feira (2.mai). O governo havia determinado a realização da prova em todo o país, inclusive no Rio Grande do Sul.
Mais cedo nesta 6ª feira, o ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) disse que o adiamento do concurso custaria R$ 50 milhões aos cofres públicos.
Houve despreparo por parte da equipe responsável pela prova. O edital do concurso não estipula uma possível reaplicação (local ou nacional) em situações de desastres naturais. É mencionado só um reembolso para as pessoas que passem por esse tipo de situação no dia da prova.
O texto define os desastres naturais como “problemas logísticos” com possibilidade de “prejuízo imprevisível e insuperável ao candidato”. Eis a íntegra (PDF – 1 MB).
Além disso, o edital também veta a possibilidade de uma 2ª chamada “seja qual for o motivo alegado para justificar o atraso ou a ausência do candidato”.
O coordenador geral de Logística do CNU, Alexandre Retamal, já havia sinalizado que o governo não contava com a possibilidade de reaplicação.
“É claro que se acontecer alguma situação grave, esse assunto vai ser levado para a ministra [Esther Dweck] e para uma decisão dentro do governo, mas a nossa expectativa e o nosso trabalho é para que isso não aconteça”, declarou em entrevista ao site Folha Dirigida publicada em 25 de abril.
Outro impasse é que não há um banco de questões como se dá no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). As provas já foram enviadas para os Estados. O governo avalia que um adiamento mais amplo compromete a segurança das questões contra vazamentos.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), já havia pedido que o governo adiasse as provas do CNU por causa da destruição nas cidades. Ele disse ao Poder360 na 5ª feira (2.mai) que entrou em contato com a ministra Esther para fazer a solicitação.
CHUVAS NO RS
As chuvas têm atingido o Rio Grande do Sul desde o domingo (28.abr). Na 4ª feira (1º.mai), Eduardo Leite decretou estado de calamidade pública e disse que esse pode ser o “maior desastre da história” da região em termo de perdas materiais. O governo federal reconheceu o estado de calamidade nesta 5ª feira (2.mai).
Também nesta 5ª feira (2.mai), o governador gaúcho publicou um vídeo em seu perfil no Instagram sobre o vazamento da barragem 14 de julho, que colapsou (assista aqui). Ele disse que o efeito do rompimento não causará uma “enxurrada” sobre os municípios, mas que a água subirá às margens de municípios próximos. Ele orientou a população a procurar pontos mais elevados no curso do rio e deixar suas casas caso esteja em áreas de risco de inundação.
Fonte: Poder 360