Polícia

Fumaça e tempo abafado podem ocasionar ataque cardíaco e sintomas semelhantes ao do Covid-19

As ocorrências de queimadas em Mato Grosso têm encoberto cidades com fumaça e acenderam o alerta para as doenças respiratórias. Elas são classificadas como síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs) o que, neste ano, inclui a covid-19.

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Conforme o médico Ageo Márcio Cândido da Silva, membro do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a fumaça das queimadas contêm micro-organismos capazes de adentrar as vias respiratórias e piorar doenças como pneumonia, asma, rinite e bronquite.

“Elas têm componentes em material particulado que são invisíveis aos olhos nus. São corpos de 2,5 microgramas ou menores. E uma vez que eles entram no organismo podem gerar infecções que levam a doenças como pneumonia e asma”, afirma.

Essas mesmas micropartículas podem entrar na corrente sanguínea e também tornar-se gatilho para doenças cardíacas e nas artérias, como disritmia, aterosclerose e até provocar uma parada cardíaca.

Conforme o médico, os sintomas dos danos causados pela fumaça no organismo humano variam de um indivíduo para outro mas, na média, podem se manifestar entre dois e cinco dias.

Eles são semelhantes aos provocados por outras doenças da síndrome respiratória aguda, como tosse ou dor de garanta, coriza, além da irritação das vias respiratórias para quem sofre de renite ou insuficiência respiratória para os asmáticos.

“Esses sintomas podem aparecer entre dois e cinco dias e podem durar até 15 dias. E é necessário observar que o material particulado nunca sai do órgão, o organismo cria uma espécie de capa protetora sobre esse material, mas ele fica lá. As pessoas que tiveram afetação num momento, ficam suscetíveis a nova infecção”, explica Ageo Márcio.

Médico afirma que a melhor alternativa é tentar não se expor à fumaça densa (Foto: Ednilson Aguiar/O LIVRE)
Pesquisadores da UFMT estudam se a temporada de queimadas pode piorar o quadro de saúde de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Já se sabe que os pacientes podem pressionar o Sistema Único de Saúde (SUS), com busca por leitos de internação.

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