Polícia

Irmã de homem morto em confronto com a PM em Vilhena avisa: “vamos provar que ele foi executado sendo inocente”

Após a divulgação de uma reportagem pelo FOLHA DO SUL ON LINE, na qual um motorista de ônibus relata que teria sido vítima de uma tentativa de assalto, que acabou na morte do chacareiro Domingos de Souza Francisco, de 37 anos, e que alegava ter se afastado do trabalho por estar recebendo ameaças, a irmã do suspeito do crime procurou a redação e afirmou que se de fato as ameaças forem verídicas, elas jamais partiram de sua família.

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A diarista Aparecida de Souza, de 41 anos, que nega com veemência que o irmão tenha tentado assaltar o motorista, afirmou que em sua família não tem bandidos e que se depender dos familiares de Domingos, a suposta vítima pode seguir sua vida tranquilamente.

“Nossa família não quer ver a mãe de ninguém chorar, só afirmamos o tempo todo que queremos justiça, e isso é um direito nosso. Nunca ligamos para o motorista, mesmo tendo certeza de que meu irmão morreu sendo inocente”, relatou Aparecida.

Para a reportagem, a mulher afirmou ainda que seu advogado já possui provas concretas de que não houve assalto, e que após a vítima do acidente que iniciou toda a situação ter sido socorrida, os Bombeiros e policiais federais foram embora, ficando no local apenas Domingos e o motorista, que conversaram durante um determinado período, o que contradiz a versão de que o suspeito teria parado sua motocicleta Honda Broz de cor laranja e tirado fotos do ônibus de longe.

“No celular do meu irmão estão as fotos do acidente e todas foram tiradas de perto, o que mostra que o Domingos não estava vigiando para roubar, estava apenas registrando o acidente, como todos que estavam no local. Quem quer se esconder não mostra a cara como meu irmão fez, indo até a cena onde estavam os policiais”, afirmou a diarista.

Aparecida apresentou ainda um vídeo gravado pelo motorista do ônibus no momento do socorro da jovem, que segundo ela não estava drogada, apenas sofre de epilepsia e também não conhecia Domingos, onde ela reconhece a voz do irmão afirmando que a vítima estava sangrando e que era para alguém chamar a polícia.

“Está registrada no vídeo que o motorista gravou, a voz do meu irmão pedindo para chamar a polícia. Como alguém que quer cometer um crime se aproveitando de outra situação, como o motorista alega, pede para chamar a polícia?”, questionou aparecida.

Já com relação à arma que Domingos portava, Aparecida afirmou que de fato era ilegal e que ele a havia adquirido a cerca de sete meses, temendo por sua vida, uma vez que vinha sendo ameaçado pelo filho de um fornecedor de frangos com quem teve um desentendimento, quando era vendedor.

“Eu não sei dizer o motivo do motorista ter dito que dois homens tentaram assaltar ele, se as câmeras de segurança às quais tivemos acesso mostram claramente que ele e meu irmão ficaram sozinhos quando o Bombeiros e os policiais foram embora e quando ele correu, só estava tentando se livrar da arma, pois sabia que ia ser preso caso fosse revistado. Ele tentou jogar a arma em um bueiro quando foi morto covardemente com 5 tiros nas costas. Realmente ele estava errado em andar armado, mas assaltante ele não era”, esclareceu a mulher.

Aparecida esclareceu ainda o fato do irmão já possuir passagens pela polícia por ameaça, pois segundo ela, Domingos não aceitava o fato do padrasto de uma garotinha que ele tinha com filha, supostamente estar maltratando a menina.

“Falaram pro meu irmão que o novo padrasto da menina que ele amava como filha estava judiando ela, por isso ele procurou ele várias vezes e acabou sendo denunciado por ameaça e perturbação de sossego. Mas isso era ao ver do rapaz, porque meu irmão nunca chegou a ameaçar ele de morte, só queria proteger a criança, como qualquer um faria. Já a receptação, meu irmão comprou um criado mudo de uma conhecida nossa pelo valor de R$ 50,00, mas com nota fiscal, porém, depois ela voltou pedindo mais dinheiro e meu irmão não quis dar, momento que ela mentiu para polícia que o objeto era roubado. Só que foi provado que não era verdade e o criado está lá em casa até hoje”, afirmou Aparecida.

Por fim, a diarista afirmou que há imagens que mostram toda a ação e que acredita que bala que estava picotada na arma de Domingos não era dele, pois todas as munições que o irmão possuía eram iguais e a em questão, apesar do mesmo calibre, era bem menor.

“Meu irmão era trabalhador, pois tinha carteira assinada e nas horas vagas cavava fossas para complementar a renda. Ele teve pedaços dos ossos da coluna e de carne expostos e a polícia vem dizer que ele ainda investiu neles com um canivete? Se a Polícia Militar e as pessoas pensam que meu irmão foi só mais um, eles estão enganados, pois não vou desistir enquanto eu respirar e vamos provar que ele foi executado sendo inocente e todos que comentaram nas matérias que ele era bandido ou que somos uma família de vagabundos, vão responder por isso na justiça”, concluiu Aparecida, apresentado seis certificados profissionalizantes do irmão.

Fonte: Folha do Sul
Autor: Leir Freitas

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