Polícia

Produtores de leite seguem em greve contra os preços pagos pelos laticínios

A crise no setor produtivo de leite se agravou no inicio de abril após representantes dos laticínios em Rondônia e produtores rurais não chegarem a um consenso quanto ao valor pago pelo litro do leite. Os produtores reclamam da queda de 45% pago por litro de leite, que chegou a R$ 2,00 e agora os produtores estão recebendo R$ 1,10 por cada litro de leite entregue. Com manifestos em rodovias, impedindo que caminhões tanques utilizados para o transporte de leite passem, empresários do ramo solicitou apoio da Polícia Militar (PM) em algumas regiões para garantir que o produto chegue até as indústrias.

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As negociações entre produtores rurais e representantes das indústrias de laticínios em Rondônia conta com participação de deputados estaduais e Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), e nos dois primeiros encontros não conseguiram entrar em acordo quanto ao valor do preço do leite in natura entregue pelo produtor às indústrias. De acordo com Waldemir Wuthe, morador no Km 75 da Linha PA2 em Espigão do Oeste (RO), o valor do preço do leite ao produtor rural era de R$ 2 e baixou para R$ 1,10 sem que houvesse uma justificativa por parte dos laticínios “Até agora eles não falaram nada para nós não, sei que o litro de leite aqui está custando um real e dez centavos, tava dois reais e caiu para um real e dez centavos.” Disse.

Segundo informou Waldemir à redação do PortalP1 só na região da Associação Astanai são seis tanques de leite e desde inicio da paralisação o produto não é recolhido, alguns produtores estão fazendo queijos, outros, estão deixando para os bezerros. Nos últimos dias, foram enviados diversos vídeos mostrando guarnições da Policia Militar (PM) acompanhando e garantindo a segurança e ordem do movimento de paralisação dos produtores nas entradas de cidades ou até mesmo nas portas de laticínios, onde é feito a escolta de caminhos tanques que chegam às empresas para descarregarem ou coletarem o leite para transporte até a principal indústria da região.

Em áudio enviado para redação, Hélio Inácio Alves, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Distrito de Rio Branco (ARBRAN) fala que se não houver adesão de todos os produtores o movimento perde sua força e todos serão prejudicados com o valor pago pelo litro de leite

“É uma vergonha, produtores jogando um contra o outro, muito feio isso aí, tem que manter a união se nós unir, nós consegue esse objetivo que nós quer de dois real o litro de leite, mas se ficar uns entregando e outros não, não consegue” comentou.

Segundo Hélio Inácio, os produtores reivindicam que o preço do litro leite pago ao produtor rural seja de R$ 2,00 com pagamento no dia 20 cada mês e informação do preço real a ser pago no mês seguinte, para assim o produtor poder fazer seu planejamento ou iniciar discussões sobre os valores.

Por telefone a assessoria de comunicação da Seagri informou que já foram realizados dois encontros entre as comissões de deputados estaduais, representantes das indústrias de laticínios, produtores rurais, mas até o momento não conseguiram formalizar um acordo, outra agenda está marcada para esta semana.

Nós entramos em contato com a supervisão de compra de leite do Italac, considerado a maior indústria do ramo em Rondônia e responsável por grande parte da captação de leite na região de Jaru, mas até o fechamento dessa reportagem não recebemos retorno dos nossos questionamentos.

Segundo a Policia Militar, devido as barreiras montadas pelos manifestantes em Theobroma, Distrito do 5º BEC e na porta do laticínio em Machadinho do Oeste o empresário solicitou à PM escolta para duas carretas bi-trem que realizaria a retirada do leite que já havia dado entrada na indústria antes do início da paralisação e precisava ser transportando para outra unidade ou todo produto se perderia.

Durante essa escolta, os produtores se demonstraram mais agressivos na barreira montada no Distrito do 5º BEC, após alguns minutos a via foi liberada. Na chegada do comboio na indústria em Machadinho do Oeste a escolta necessitou de apoio de efetivo, e os policiais, que trabalhavam para garantir a segurança dos manifestantes e a entrada das carretas para coleta do leite, foram ofendidos com xingamentos e outras frases como “vocês tem que prender bandidos, aqui só tem produtores de leite”, enquanto os policiais solicitavam que os manifestantes abrissem caminho para que os veículos entrassem para coletar o produto perecível que poderia se perde.

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