Saúde

Primeira vacina de mRNA contra o HIV já está a caminho

Responsável por uma das vacinas mais usadas nos Estados Unidos contra a Covid-19, a farmacêutica Moderna recebeu autorização para testes em humanos de duas fórmulas para a prevenção do HIV.

Com a autorização dos testes clínicos do National Institute of Health (NIH), nos EUA, o imunizante com a tecnologia de mRNA (RNA mensageiro) deve ser aplicado, em breve, nos primeiros voluntários saudáveis.

Durante a Fase 1 dos estudos clínicos, os pesquisadores da Moderna irão testar a segurança das vacinas de mRNA contra o HIV e também devem coletar dados básicos sobre as formas que elas, eventualmente, induzem algum tipo de imunidade contra o vírus da AIDS. Somente nas Fases 2 e 3 é que serão verificadas a eficácia das fórmulas.

Nesse percurso, é provável que apenas a fórmula mais promissora seja continuada.

Por que ainda não temos uma vacina contra o HIV?

Descoberto na década de 1980, o HIV ainda é um desafio para a ciência por causa de suas constantes mutações e, até hoje, ainda não há uma vacina eficaz contra este agente infeccioso.

Talvez, um dos maiores desafios para o desenvolvimento de um imunizante seja o fato de que o vírus se integra ao genoma humano rapidamente. Isso ocorre em até 72h e, a partir de então, a infecção é irreversível.

Dessa forma, uma vacina só será eficaz, caso o paciente já tenha anticorpos prontos para o momento em que é exposto.

“Altos níveis de anticorpos neutralizantes protetores devem estar presentes no momento da transmissão para prevenir completamente a infecção”, aponta uma revisão sistemática — um tipo de artigo científico que avalia outros estudos sobre o mesmo tema e busca conclusões nessa massa de dados —, publicada em julho na revista Nature Reviews Immunology.

A expectativa da Moderna é que o imunizante com tecnologia de mRNA garanta esse nível alto de proteção contra o vírus da AIDS, nem que seja por um período limitado de tempo.

Mesma tecnologia de imunizante contra Covid-19

As vacinas experimentais contra o HIV são baseadas na mesma tecnologia da vacina contra a Covid-19 da Moderna.

Em ambas situações, a fórmula carrega fragmentos de mRNA que entram nas células humanas e, dentro delas, fornece uma espécie de receita (código) para serem produzidos pequenos pedaços das mesmas proteínas que ficam no exterior do vírus.

No organismo, as proteínas produzidas funcionam como um teste para o sistema imunológico reconhecer o coronavírus  e, assim, desencadeiam uma resposta imunológica contra o agente infeccioso. Este processo já funciona contra o SARS-CoV-2 e, agora, os cientistas esperam que seja possível repeti-lo com o HIV. (Canaltech)

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