Saúde

Psoríase, doença de pele que causa vermelhidão e descamação, afeta 5 milhões de brasileiros

29 de outubro é o Dia Mundial da Psoríase, uma doença imunomediada inflamatória da pele que incomoda muita gente, cercada de preconceitos e não tem cura. A data, instituída em 2004, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecer a doença como enfermidade grave, é lembrada em ao menos 59 países, incluindo o Brasil, e atinge mais de cinco milhões de brasileiros em uma curva crescente ano a ano

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Doença crônica, não contagiosa, autoimune e genética, a psoríase é caracterizada pelo aparecimento de manchas e placas róseas ou avermelhadas na pele, associadas a descamação intensa e coceira. No Brasil, estima-se que a doença atinja 1,3% da população jovem e adulta, sem distinção entre homens e mulheres.

Segundo a médica dermatologista Natasha Crepaldi, as lesões podem ocorrer em qualquer região da pele, couro cabeludo e até nas unhas. Além disso, alguns pacientes apresentam a inflamação também nas articulações (artrite psoriática). Nesse caso, se não tratada precocemente, a doença pode se manifestar de forma mais grave.  “A forma mais comum, responsável por 90% dos casos, é a “vulgar ou em placas” em que há placas vermelhas com descamação branco prateada, localizada de forma simétrica nos joelhos, cotovelos, couro cabeludo e região sacral (na base da coluna vertebral)”. A médica pontua que hoje ela é   considerada uma doença sistêmica, isto é, em que todo o organismo sofre.

De acordo com estudos, evidenciou-se que a Síndrome metabólica, que é composta por entre outros por obesidade/sobrepeso, alterações do colesterol e pressão alta, é um grande fator inflamatório do corpo também implicado no surgimento da psoríase.  “Existe também um forte impacto psicológico, sendo mais relacionada a quadros depressivos que as artrites e doenças do coração, devido ao estigma e preconceito que pode provocar durante as interações sociais”, acrescenta Natasha.

Diversas celebridades como Kim Kardashian, Cara Delevingne, Cindy Lauper compartilharam seus diagnósticos de psoríase nas redes sociais para incentivar as pessoas a buscarem ajuda médica. Em entrevista ao site The Times, a modelo Cara revelou que odiava seu corpo. “As pessoas colocavam luvas e não queriam encostar em mim porque elas pensaram que era, tipo, lepra ou algo assim. Não foi um período legal. Eu estava, tipo, lutando e fugindo por meses. Apenas constantemente no limite. E é uma coisa mental também porque se você se odeia, odeia seu corpo e a forma como você é, isso só piora e piora”, explicou.

A dermatologista reforça a importância de se falar sobre a doença e retirar seus estigmas, esclarecendo que não é contagiosa e alertar sobre os vários fatores desencadeantes, como traumas locais, infecções bacterianas ou virais, estresse, tabagismo, alcoolismo, uso de determinadas medicações como antimaláricos, lítio e betabloqueadores.

Assim como as demais doenças crônicas, não existe cura e as lesões sempre podem voltar. Porém com o tratamento correto, a chance de grandes períodos livre de lesões é bem alto. “É essencial o controle do estilo de vida, já que o controle dos fatores metabólicos reduz fatores inflamatórios circulantes no organismo e melhora a doença, além de parar de fumar. Os protocolos envolvem também medicações tanto em pomadas, cremes, loções e soluções até medicações via oral e mais recentemente as drogas biológicas que foram grandes aliadas nas formas mais graves”.

É importante procurar o médico ao primeiro sintoma da doença para controlar também as outras comorbidades associadas, como a artrite (inflamação das juntas), a principal que está associada em 30 a 40% em pessoas com as lesões cutâneas. Diagnósticos realizados precocemente pelo dermatologista aumentam as chances de bons resultados.

 

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