Agronegócio

RONDÔNIA – Pesquisadores começam processo de reprodução de nova espécie de peixe amazônico

Em uma ilha do rio Madeira, onde antigamente ficava o principal presídio de Porto Velho, biólogos e pesquisadores dão início ao processo de reprodução em cativeiro de mais uma espécie nativa da bacia do rio Madeira.

Pela primeira vez, mais de 60 matrizes do peixe conhecido como ‘Babão Zebra’ são criados em tanques construídos com a própria água do rio Madeira.

A pesquisa com o Babão Zebra é inédita no Brasil e segundo a bióloga Marcela Velludo, o projeto vai muito além da criação de novas espécies de peixe.

“O laboratório de reprodução dos peixes foi construído aqui dentro da Usina Hidrelétrica Santo Antônio com o objetivo de estudar a reprodução em cativeiro dos bagres amazônicos. São espécies muito apreciadas na culinária local e por isso tem um alto valor econômico”, explica.

A primeira parte do processo consiste em levar 62 matrizes da espécie para os tanques de adaptação e a segunda, para reprodução em cativeiro.

“A gente fez a captura [da espécie] agora nesse período de piracema, no começo de 2022. A gente já teve um sucesso de manter essas matrizes no tanque escavado, essa adaptação desses peixes nativos que estão acostumados com ambiente de rio, para um ambiente de água parada a gente já considera que é um sucesso”, explica Marcela.

João Roberto, biólogo envolvido no projeto, explica que no local, são ofertadas todas as condições para uma reprodução de sucesso.

“Nosso trabalho consiste em pegar esse peixe na natureza, trazer para o laboratório e oferecer pra ele todas as condições para que ele possa se preparar pra gente conseguir reproduzir ele em laboratório. Esse trabalho é feito também com a dourada, filhote, com a piramutaba e babão zebra”, diz João.

De chamar atenção…

Babão Zebra — Foto: Armando Júnior

A nova espécie também chama a atenção dos apaixonados por aquarismo. Os exemplos já adaptados ao cativeiro apresentam listras brancas e pretas, que lembram a pelagem de uma zebra, por isso o nome característico.

Segundo a bióloga, essa é uma espécie de bagre de couro, ou seja, não possui escamas, mas sim, bigodes longos.

“Como é uma espécie muito bonita e exótica, é muito procurada para aquarismo, com fins ornamentais. Toda informação que a gente tem da biologia das espécies, pode ser utilizada pra conservação. Eu consigo criar áreas prioritárias pra conservação dentro da bacia aqui do Rio Madeira onde essa espécie é nativa”, diz.

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