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Menstruation mask: por que você não deve passar sangue menstrual no rosto?

A influenciadora Luisa Moraleida causou questionamentos nas redes sociais após postar uma foto em seu Instagram com o rosto coberto de sangue menstrual. Inspirada na corrente do Sagrado Feminino, essa máscara facial seria um ótimo ritual de skincare.

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A publicação rapidamente viralizou e gerou controvérsias: será que a “menstruation mask” realmente faz bem para a pele? Quais os benefícios a “máscara de menstruação” poderia trazer? Esse sangue é mesmo limpo? Universa conversou com especialistas em saúde feminina sobre o tema.

“Você quer pele de bebê?”

Essa é a pergunta que a influenciadora faz para suas seguidoras no começo do post em que relata seu processo da “menstruation mask”. Segundo Luisa, o sangue menstrual seria um “regenerador, rejuvenescedor e fonte riquíssima de minerais e nutrientes”. O dermatologista Abdo Salomão, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da American Academy of Dermatology (AAD), discorda. “O sangue menstrual possui sim, alguns nutrientes. No entanto, isso não significa que essas propriedades são transferidas para a pele”.

Não há nenhuma comprovação científica de que a aplicação do sangue menstrual na face possa causar benefícios. Porém, o dermatologista reforça que os efeitos negativos são bem prováveis. “Esse sangue não é estéril; ele passa pela vagina, é contaminado e acaba não sendo saudável para a pele. A parte de plasma rica em plaqueta é mínima, de apenas 1%”, explica. Abdo esclarece que existe até um tratamento que usa plasma rica em plaqueta, mas que nada tem a ver com a coleta do sangue da menstruação e aplicação direta no rosto. “Nesse processo, se retira sangue da veia que é levado ao laboratório para centrifugação. Durante esse processo, retiram-se os glóbulos brancos e vermelhos e a camada com alta concentração de plaquetas é separada”.

Após o procedimento laboratorial, esse sangue é aplicado sobre a pele, cabelo ou injetada. Isso porque as plaquetas apresentam fatores de crescimento que estimulam o desenvolvimento da pele. O dermatologista reitera que esse processo é extremamente diferente da aplicação direta de sangue menstrual. “Esse é um procedimento de laboratório, que garante a esterilidade da substância e remove tudo que serviria para entupir poros e dar espinhas”.

Risco moderado

Não existe embasamento científico que favoreça o uso do sangue menstrual em tratamentos anti-idade, de estímulo ao colágeno da pele ou quaisquer benefícios. “O efeito terapêutico não é comprovado e oferece risco moderado”, afirma Abdo.

Esse tipo de aplicação pode causar problemas dermatológicos como acnes, foliculites e infecções bacterianas. “O sangue é um potencial causador de doenças, pois é o melhor meio de cultura para crescimento de bactérias. Quando fica alojado no absorvente ou em outros recipientes como o coletor menstrual e, depois, é aplicado na pele, a chance de entrada de bactérias é grande”, afirma

Para quem busca por alternativas mais orgânicas e naturais de cuidados com a pele, a mais segura, segundo o dermatologista, é a argila. As máscaras de argila promovem a limpeza da pele e retiram o excesso de oleosidade.”A argila tem maior comprovação científica de eficácia e é utilizada há muito tempo de forma segura”.

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