Conheça a história do homem que viveu 133 dias à deriva do mar
Já pensou como seria fazer uma viagem pelo mundo, dando a volta em todo o globo terrestre? Deve ter uma aventura e tanto, capaz de nos proporcionar experiências únicas. Conseguimos imaginar isso facilmente sendo feito a bordo de um ou mais aviões. Pelo chão, é um pouco mais complicado e demorado. E pelo mar, ficamos um pouco receosos. Isso porque o mar sempre apresentou ser um ambiente hostil para a vida humana. Várias tragédias como o Titanic, por exemplo, mostram o quão facilmente vidas podem ser perdidas no oceano. Muitas pessoas têm fobia do oceano aberto e não conseguem imaginar como seria ficar perdido por lá.
No entanto, um homem, chamado Poon Lim, conseguiu se tornar uma exceção à regra. De forma surpreendente, Poon conseguiu sobreviver 133 dias sozinho no Oceano Atlântico à bordo de um pequeno barco salva-vidas. Diante de sua história, decidimos então trazer mais detalhes para você, caro leitor. Confira conosco um pouco mais sobre a vida e essa aventura aterrorizante de Poon Lim. Aproveite para compartilhar com seus amigos e, sem mais delongas, vamos lá.
A vida de Poon Lim e começo de sua desventura no mar
Poon Lim nasceu em Hainan, na China. Conseguiu frequentar uma escola ainda na infância, diferente de vários garotos da sua região. Isso só aconteceu por causa do seus irmãos mais velhos, que enviavam o dinheiro que ganhavam trabalhando em fábricas para ele. Aos 16 anos, seu pai, com medo de que ele fosse convocado para lutar contra os japoneses, decidiu mandar Poon trabalhar em navios britânicos. No dia 23 de novembro de 1942, o jovem estava trabalhando como mordomo em um navio que viajava da África do Sul ao Suriname.
Infelizmente, o mundo estava lutando a Segunda Guerra Mundial, de modo que os alemães, rivais dos britânicos, interceptaram a embarcação a 750 milhas a leste da Amazônia. No ataque, um par de torpedos afundou o navio rapidamente. Lim foi o único dos 53 a bordo que sobreviveu ao ataque. Após cerca de 2 horas no mar, ele finalmente conseguiu encontrar um pequeno barco salva-vidas de madeira. A embarcação media pouco mais de dois metros quadrados.
Após subir, Poon notou que o barco tinha algumas latas de biscoito, um jarro de água de quarenta litros, um pouco de chocolate, um saco de torrões de açúcar, alguns sinalizadores e lanternas. Embora estivesse feliz com a embarcação, Poon não imaginava que estaria prestes a viver uma das maiores aventuras de todos os tempos.
A luta de Poon no mar
No começo, o jovem se manteve vivo bebendo água do jarro e comendo a comida encontrada no barco. No entanto, conforme os suprimentos foram acabando, ele precisou recorrer à pesca e à captura de água da chuva. Ele fazia isso com a ajuda de uma lona improvisada feita de coletes salva-vidas. Essa também servia de cobertura. Poon não sabia nada muito bem, então ele amarrava seu pulso no barco às vezes. Basicamente, essa era uma estratégia para evitar morrer afogado, caso caísse no oceano.
Para pescar, ele transformou uma mola da lanterna em um anzol. Ele colocou um prego nas tábuas da embarcação e o dobrou para transformar em um anzol, para os peixes maiores. Quando capturava um peixe, o cortava com uma faca que ele tinha feito com lata de biscoitos e o secava em uma vara improvisada. Certa vez, uma grande tempestade atingiu sua embarcação, levando seus peixes e água embora. Ele precisou pegar um pássaro e beber seu sangue para sobreviver.
Ele não tinha medo de tubarões e até capturou alguns pequenos para comer. Durante esse período no mar, precisou lidar com a agonia de ver alguns barcos passando. Primeiro, um cargueiro e depois um esquadrão de aviões de patrulha da Marinha dos Estados Unidos passaram perto. No entanto, ele alegava que era ignorado por que chinês. Até um submarino alemão viu o chinês já debilitado, mas não o resgatou.
O resgate
Poon contou que durante o seu tempo no mar, contava os dias dando nós em uma corda. No entanto, depois de tanto tempo, decidiu que não fazia mais sentido contar os dias. Desta forma, começou a contar luas cheias. Foi aí que, depois de 133 dias no mar, três pescadores descobriram o pequeno barco na costa do estado do Pará. Durante esse tempo, Poon perdeu 9 quilos e passou quatro semanas, em um hospital em Belém. Até hoje, ninguém passou mais tempo no mar em uma embarcação do tipo.
Para consagrar seus esforços, o rei George VI concedeu-lhe uma medalha do Império Britânico. Além disso, ele ainda recebeu diversas homenagens e a Marinha Real incorporou sua trajetória em manuais de técnicas de sobrevivência. Após o fim da guerra, conseguiu cidadania americana. Poon Lim morreu em Nova York, no ano de 1991, aos 72 anos, possivelmente, de causas naturais.