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Altos salários no Sul e Sudeste do país atraem médicos de Rondônia; prefeitos estão preocupados com possibilidade de demissões em massa

LINHA DE APOIO: Governo de Rondônia perdeu 45 médicos em três dias

A crise causada por prefeituras e Estados do Sul e sudeste do país, que aumentaram os salários dos médicos a fim de captar profissionais de outras regiões brasileiras para suprir o déficit de médicos em seus quadros, gerou uma insegurança administrativa generalizada em todo o Estado de Rondônia.
Isso porque o Poder Executivo Estadual perdeu 45 médicos nos últimos dias. Os profissionais se demitiram em busca de salários mais altos. Ao serem informados do que estava acontecendo, durante uma reunião realizada nesta segunda-feira (22) ordenada pelo Governador Marcos Rocha, por videoconferência, os prefeitos manifestaram insegurança. Os prefeitos estão receosos com a possibilidade dos médicos das redes municipais de saúde também pedirem demissão em busca de salários mais altos fora de Rondônia ou então deixarem suas atividades nos municípios por um cargo no Governo do Estado, que se viu forçado a criar uma nova gratificação para os médicos da rede estadual a fim de convencê-los a permanecer no Estado.
A situação é crítica de tal forma que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) não tem como fechar escalas de plantão das próximas semanas, tendo em vista o déficit causado pela demissão em massa. A prefeita de Cerejeiras, Lisete Marth, mostrou-se bastante preocupada com a possibilidade de perder esses profissionais, causando o engessamento do combate à pandemia causada pelo coronavírus nos municípios. No caso dela, especificamente, a situação fica ainda pior, tendo em vista o fato de que o município pólo de referência para a saúde é Vilhena, que fica a quase 90 quilômetros de distância e já opera com capacidade máxima em sua rotina de atendimento na saúde pública.
O prefeito de Ji-Paraná, Isaú Fonseca, fez um discurso emocionante durante sua participação na reunião. “Todos os dias estou perdendo um amigo e a situação aqui em Ji-Paraná se agrava de forma muito rápida e agora essa situação. Os municípios não podem pagar mais aos médicos e eles vão deixar a gente na mão? É desesperador isso”, desabafou.
A maioria dos prefeitos presentes na reunião consolidou uma aliança com o Governo de Rondônia, representado no encontro pelo secretário-chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves, o titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Fernando Máximo e o titular da Secretaria de Estado das Finanças (Sefin), Luiz Fernando Pereira. O grupo de prefeitos e secretários de Estado se comprometeu em atuar irmanados no combate coletivo à Covid-19 seguindo orientações do Governador Marcos Rocha, de forma consonante em prol da população. “Vamos deixar as vaidades de lado, acabar com qualquer tipo de politicagem e vamos intensificar o combate a esse vírus”, arrematou o prefeito Isaú.
O secretário da Casa Civil, Junior Gonçalves, relatou a necessidade de o Estado e os municípios atuarem conjuntamente para que o combate à pandemia em Rondônia seja eficiente. “Precisamos estar juntos, manter a calma e a conscientização acerca da importância das ações sanitárias de prevenção. Juntos vamos conseguir vencer essa doença”, comentou.

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