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Ariquemes celebra 44 anos de criação com mais de R$ 200 milhões em obras e serviços investidos pelo Governo de Rondônia

Dotado de um grande potencial econômico e de um inquieto processo de desenvolvimento, que o destaca na liderança e como centro de convergência de toda região do Vale do Jamari, o Município de Ariquemes celebra nesta segunda-feira, 11 de outubro, 44 anos de fundação – a instalação se deu em 27 de novembro de 1977 -, com uma marca espetacular de crescimento e prosperidade que o coloca entre os quatro maiores do Estado de Rondônia.

Com uma população estimada em 111.148 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município tem uma história rica no processo de ocupação e desenvolvimento da Amazônia Ocidental, tendo sido emancipado politicamente em 11 de outubro de 1977 por força da Lei 6.448, e instalado em 21 de novembro do mesmo ano. De seu território nasceram os municípios de Jaru, Machadinho d’Oeste, Itapuã do Oeste, Alto Paraíso, Cacaulândia, Monte Negro e Rio Crespo. O território de Ariquemes abriga também o Distrito de Bom Futuro (Garimpo), que tem uma população de cerca de 2.500 habitantes, entre eles garimpeiros, que entre 1988 a 1990 levaram o município ao primeiro lugar na exploração de minério do País.

De economia forte, baseada na agropecuária, na indústria (agroindústria) e no comércio, Ariquemes tem cerca de 500 mil cabeças de gado no pasto, além de uma produção anual de aproximadamente 30 mil toneladas de peixes, que juntos com a carne e o leite, formam a base da economia rondoniense, atendendo ao consumo interno e exportando o restante para várias partes do mundo, tornando-se fator decisivo na balança comercial do Estado.

Da mesma forma, o município se orgulha de estar entre os primeiros na produção de grãos, com uma área plantada de mais de 15 hectares, destinada às lavouras de soja, que sozinha ocupa uma área de 5.661 hectares, e o restante com plantação de café, arroz, feijão, cacau, etc, cuja produção, além de atender à demanda interna, engrossa as divisas do Estado, já que também se destina à exportação, com grande importância para a economia rondoniense.

O sucesso dessa arrancada para o desenvolvimento de Ariquemes se deve aos gestores que se sucederam em todos esses anos, e também à população, que tem um orgulho imenso da cidade (município) e trabalha com dedicação e amor pela municipalidade. Segundo o jornalista Montezuma Cruz, “o ariquemense é um cidadão apaixonado pelo seu torrão e trabalha com todo afinco pelo seu progresso como quem faz para si próprio”.

INVESTIMENTO ESTADUAL

Destaque-se também nesta rota, o apoio do Governo do Estado a este projeto e desenvolvimento do Município. Apenas neste ano, o Executivo rondoniense já investiu mais de R$ 200 milhões em obras e serviços para atender às demandas das autoridades municipais e da população, de modo a torná-lo mais preparado e competitivo economicamente, e a cidade ainda mais funcional e dinâmica do ponto de vista urbanístico, com vias públicas organizadas e sinalizadas para um bom e seguro trânsito de veículos e pessoas, que a torna ainda mais bonita e atrativa.

De acordo com o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), atendendo uma programação orientada pelo governador Marcos Rocha, já foram executados seis quilômetros de asfaltamento urbano – principais vias -, com a previsão de chegar a 12 quilômetros ainda este ano, dentro do projeto “Tchau Poeira” do Governo do Estado.

Da mesma forma, o Município de Ariquemes recebeu este ano outras importantes obras realizadas pelo Governo do Estado, a exemplo de recuperação e manutenção das estradas e pontes, com a conclusão da obra sobre o Rio Jamari na BR-421 (aterro das cabeceiras) e outras executadas na região, substituindo as velhas e desgastadas estrutura de madeira por construções definitivas, agora em concreto e aço, para atender bem às comunidades envolvidas e ao município em suas necessidades de transporte e para escoar sua produção agropecuária. Os investimentos do Governo do Estado no Município de Ariquemes são bastante diversificados e se destinam a realização de obras e serviços em todas as áreas, inclusive na assistência social e empreendedorismo.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Para começar esta história é preciso esclarecer que o nome Ariquemes é, na verdade, uma homenagem à etnia indígena formada pelo povo Arikeme, habitantes originais da região, cuja língua falada era o Txapakura, que se estabelece dentro do grupo linguístico tupi. A Aldeia Arikeme não resistiu e foi extinta, mas gravou seu nome na história do lugar, deixando como legado, como quem não quer ser esquecido, o seu nome à bela cidade de Ariquemes.

A Câmara Municipal de Ariquemes fez grande trabalho de pesquisa histórica para homenagear o Município de Ariquemes, desde os primórdios, passando pelas fases de exploração e colonização até chegar ao estágio atual, apresentando a municipalidade como a grande potência econômica do Estado de Rondônia, na produção de minérios, na indústria e na produção agropecuária, como um dos expoentes da produção de carne e grãos – soja, café, cacau, arroz e milho.

Conta a história que, por volta de 1794, o Vale do Jamari, onde surgiu o núcleo que deu origem ao Município de Ariquemes, era conhecido pela abundância de suas especiarias nativas, destacando o cacau e o látex da seringueira. A região habitada por extrativistas e índios possuía vários seringais, entre eles o Seringal Papagaios. Nessa época, a Amazônia ainda era desconhecida.

INÍCIO DA OCUPAÇÃO

Como era de se prever, nessa época não se falava em Ariquemes, mas apenas no Vale do Jamari, cuja ocupação efetiva só começou a partir de 1909 com a construção da linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antônio do Rio Madeira, uma maratona de muito trabalho e sacrifício, na expedição chefiada pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, na terceira viagem pela Amazônia.

A implantação desta estrutura mínima e o advento da 1° guerra mundial resultaram no grande movimento chamado de ciclo da borracha, período marcado pela grande migração nordestina que ocupou essas terras na grande jornada da exploração natural, especialmente na extração minérios e do látex da seringueira.

Assim, o 1° ciclo da borracha foi um período de grande migração nordestina, com os migrantes ocupando terras e extraindo riquezas naturais, especialmente o látex da borracha, de grande procura internacional por conta da sua composição, versatilidade e aplicação, que vai da fabricação de brinquedos para bebês a pneus de aviões, e que lhe rendeu o nome de ouro branco.

Destaque-se como fato da história que, nesta região, o território do Município de Ariquemes, durante os 1º e 2º ciclos da borracha havia vários seringais em toda a sua extensão, como o Papagaios, Monte Cristo, Seringal Recreio, Rio Branco, Massangana, Nova Vida, Guarani, Cajazeira, Seringal São Carlos, Setenta e Jaru, que, segundo os últimos soldados da borracha de Ariquemes, eram de domínio de vários proprietários que os arrendavam aos seringalistas.

A história e a economia da região começaram a se transformar em 1943 (13.09.1943), quando o presidente Getúlio Vargas baixou o Decreto Lei nº 5.912, criando o Território Federal do Guaporé, e a região passou a fazer parte do Município de Porto Velho como Distrito de Ariquemes, voltando a atrair grande fluxo migratório e a formação de um exército de Soldados da Borracha até o fim do conflito mundial.

Já relativamente povoada, a região experimentou uma nova corrida migratória com a descoberta da cassiterita em 1958. Como acontece em todas as regiões de garimpo, os garimpeiros se estabeleceram em volta do campo de pouso de aeronaves que escoavam a produção do minério, centralizaram suas moradias e os estabelecimentos comerciais.

O movimento descontrolado foi até 15 de abril de 1970, quando o Ministério de Minas e Energia proibiu a lavra manual de garimpagem da cassiterita sob argumento de ser predatória, determinando que a exploração das jazidas minerais fosse mecanizada através de empresas, decisão considerada “uma pá de cal no movimento”, que desacelerou um pouco a procura pela região.

TRANSFORMAÇÕES DEFINITIVAS

As transformações foram mudando o ambiente e a própria economia da região, quando em 1972 o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) iniciou a realização de estudos nas áreas desapropriadas que resultaram nos projetos de assentamento Burareiro (1974) e Marechal Dutra (1979), que resultaram numa ocupação mais racional da região e no crescimento populacional, que exigiu uma ação conjunta do Instituto, do Governo do Território e da Prefeitura Municipal de Porto Velho na elaboração de um projeto de planejamento urbano, com vista, a ocupação racional e planejada da área.

Só a partir do início de 1976, quando o prefeito de Porto Velho, Antonio Carlos Cabral Carpinteiro, determinou a transferência da sede do Distrito, localizado às margens do Rio Jamari, onde atualmente se localiza o bairro Marechal Rondon, para outra localidade próxima a BR-364, é que foi iniciada a instalação da cidade, com planejamento e organizada em setores – Institucional, Industrial, Comercial e Residencial -, como que prevendo um grande desenvolvimento.

E assim, no dia 11 de fevereiro de 1976, a primeira árvore foi derrubada surgindo à Nova Ariquemes. A vila passou a ser chamada de Vila Velha. Houve tentativa de erradicação do vilarejo inicial, visto ser ele cortado ao centro pela BR-364, que lhe servia de eixo. Apesar das tentativas, o povo dali resistiu e manteve-se em grande parte ocupando a área atualmente incluída no plano de desenvolvimento urbano, tornando-se uma referência histórica do município.

A história não termina aqui, e Ariquemes pujante e sob a proteção de um povo aguerrido, trabalhador e corajoso sobreviveu a tempestades administrativas, erros e acertos no processo de seu desenvolvimento, até chegar a Ariquemes de hoje, terra da cultura, do esporte, da indústria, do comércio, terra do gado, da soja, terra de uma economia sólida, diversificada e de crescimento contínuo, de grande importância na pauta das exportações do Estado de Rondônia.

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