Brasil

Bolsonaro diz que Amazônia é ‘nossa’ e não ‘como o Papa tuitou ontem, não, tá?’

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (13) em uma rede social que “a Amazônia é nossa” ao comentar uma mensagem publicada pelo Papa Francisco nesta quarta.

Também em uma rede social, o Papa publicou nesta quarta (12) a seguinte mensagem: “Dirijo esta exortação ao mundo inteiro, para ajudar a despertar a estima e solicitude pela Amazônia, que também é «nossa»”.

Segundo Bolsonaro, “a Amazônia é nossa. Não é como o Papa tuitou ontem, não, tá?”

O Papa também escreveu: “Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida. #QueridaAmazonia”.

Nesta quinta, o Papa Francisco recebeu no Vaticano o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas Bolsonaro não comentou o encontro.

Na transmissão desta quinta-feira, Bolsonaro mencionou o Conselho Nacional da Amazônia Legal e afirmou que o objetivo é mostrar ao mundo há preocupação com a região.

“Foi criado nesta semana um conselho que visa proteger, preservar e desenvolver nossa Amazônia, o que é muito importante, adotar medidas preventivas contra qualquer ação que não esteja de acordo com as leis brasileiras. […] E mostrar para o mundo que estamos preocupados com a Amazônia, a Amazônia é nossa. Não é como o Papa tuitou ontem, não, tá?”, afirmou o presidente.

“A Amazônia é nossa e queremos preservá-la e fazer com que possamos ser beneficiados com os recursos de forma sustentável”, acrescentou Bolsonaro.

Conselho da Amazônia
Bolsonaro assinou um decreto nesta terça (11) para transferir o Conselho da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente para a Vice-presidência.

O decreto do presidente excluiu do grupo os governadores dos estados da Amazônia Legal. Segundo Bolsonaro, incluir os governadores “não resolveria nada”, mas, mesmo assim, eles serão consultados.

Integram a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.

A reativação do conselho foi anunciada em meio às diversas críticas de ambientalistas e líderes internacionais sobre a política ambiental do governo Bolsonaro.

No primeiro ano de governo, Bolsonaro colecionou polêmicas com líderes de França, Noruega e Alemanha (clique no nome do país para relembrar o caso).

No mês passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, viajou para Davos (Suíça) para participar do Fórum Econômico Mundial e, segundo o colunista do G1 e da GloboNews Valdo Cruz, foi alertado que investidores poderiam deixar de aplicar recursos no Brasil se não houvesse um ajuste na política ambiental.

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