Esposa diz que mandou assassinar marido por ameaçar de morte a própria filha
A empresária Ana Cláudia Flor confessou na tarde de quinta-feira (24) que encomendou o assassinado do marido, o também empresário Toni Flor, segundo ela, após supostas ameaças de morte contra ela e a própria filha de 8 anos, em Cuiabá.
A confissão aconteceu durante audiência que julga o crime, presidida pelo juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Flávio Miraglia Fernandes.
Toni foi morto com cerca de cinco tiros na frente de uma academia no bairro Santa Marta. O assassinato foi encomendado por R$ 60 mil.
Presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, a empresária afirmou que foi casada por 15 anos com Toni, com quem tem três filhas. Segundo a acusada, desde o início do casamento o companheiro apresentava comportamento agressivo por conta do ciúme excessivo.
Ela destacou que era constantemente agredida e em consequência disso ela tem registrado três boletins de ocorrência por crime de violência doméstica.
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Além disso, ela diz ter sofrido várias ameaças de morte quando dizia que tinha intenção de se separar.
No interrogatório, ela explicou que tomou a decisão de mandar matar Toni em 2020, após ser agredida e ameaçada com uma faca.
Na ocasião, de acordo com o depoimento de Ana Flor, a filha mais velha da ré teria entrado na frente do pai para impedir que ele voltasse a agredi-la, mas o empresário teria gritado com a menina e afirmado que mataria ela e a mãe.
“Se fosse só comigo, beleza, mas falou que matava nossa filha. Que tipo de mãe seria se aceitasse isso”, disse.
Após o fato, ela pediu para ficar na casa da amiga, a manicure Ediane Aparecida da Cruz Silva, com quem comentou sobre a briga. A mulher teria, supostamente, afirmado que poderia arrumar alguém para ajudá-la, apontando matador de aluguel.
De acordo com a ré, um homem entrou em contato com ela e se disse disposto a fazer o serviço pela quantia de R$ 60 mil. No entanto, ela teria afirmado não ter a quantia e a conversa não deu prosseguimento.
Meses após o crime, ela disse que recebeu ligações dos autores cobrando o pagamento. Mesmo, conforme ela, não tendo dado o aval para o assassinato. Ela confessou que pagou R$ 30 mil do valor combinado.
Queima de arquivo
Um ano após a morte de Toni, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) capturou Igor Espinosa, apontado como autor dos disparos que tiraram a vida do empresário. Ao ser questionada sobre a afirmação feita pela ex-sogra, que tinha a intenção de mandar matar o atirador, ela negou.
“Eu não conheço pessoas para matar ninguém, não sou desse tipo de pessoa, doutor. Ela estava mentindo como outras coisas que estão falando ao meu respeito na mídia. Minha ideia é que já tem esse problema, vamos fazer isso logo pelo dinheiro. Mas não dei a ordem”.
Por outro lado, Igor afirmou em seu interrogatório que a empresária tinha encomendado a morte. Além disso, ele enfatizou que sofreu quatro ataques na Penitenciária Central do Estado (PCE) após sua prisão.
Ana, o atirador Igor Espinosa, Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva foram denunciados pelo Ministério Público do Estado (MPE) pelo assassinato do empresário.
A denúncia ainda inclui Sandro Lúcio dos Anjos da Cruz Silva, que responde pelo crime de falso testemunho, após ter feito afirmações falsas no âmbito do inquérito policial.
Por DAFFINY DELGADO do Repórter MT