Estudante picado por naja recebe alta da UTI após ficar em coma
O estudante de medicina veterinária picado por uma cobra da espécie naja, no Distrito Federal, recebeu alta, neste domingo (12), da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular. Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, está internado desde o dia 7 de julho.
A informação foi confirmada pelo G1 por fontes ligadas ao hospital. Ao deixar a UTI, o jovem foi levado para o quarto, onde se recupera. Ele chegou a ficar em coma e recebeu soro antiofídico, por causa da picada da serpente – considerada uma das mais venenosas do mundo, que é originária de regiões da África e da Ásia.
Após o acidente com a naja, Pedro Henrique teve que ser medicado com soro antiveneno, que só foi encontrado no Instituto Butantan, em São Paulo. O órgão informou que “não produz e nem disponibiliza soro antiofídico para acidentes com naja, uma vez que é uma espécie exótica, não pertencente à fauna brasileira”.
“A instituição somente mantém um pequeno estoque em sua unidade hospitalar de atendimento para eventual acidente com pesquisadores que realizam estudos com o animal na instituição.”
Os pais do jovem chegaram a importar dez doses do soro antiofídico dos Estados Unidos. No entanto, não foi necessário usar a medicação, que será doada, conforme afirmou a família.
Tráfico de animais silvestres
Na quinta-feira (9), após a apreensão de 16 serpentes em um haras na área rural de Taquara, na região de Planaltina, a Polícia Civil do DF revelou um suposto esquema de tráfico de animais silvestres pelo estudante de medicina veterinária.
Segundo o delegado Ricardo Bispo, da 14ª Delegacia de Polícia do Gama, na casa do jovem, no Guará, foram encontrados objetos que indicavam que no local eram criadas outras serpentes. “A investigação revela um possível esquema de tráfico de animais. Vamos investigar a origem dessas cobras, como chegaram no Brasil”, disse o delegado.
Além das 16 cobras apreendidas, no sábado (11), Polícia Civil apreendeu mais uma cobra de Pedro Henrique. O animal da espécie jiboia arco-íris estava escondido em um apartamento localizado no Guará, que seria de um amigo do jovem.
Além da serpente, os policiais encontraram a pele de uma serpente surucucu e diversos ratos que seriam criados “para servir de alimento ao animal”, carcaça de tatu, pena de arara, uma estufa e um tipo especial de areia que seriam usadas para acomodar os ovos de serpentes.
A partir disso, a polícia informou que “vê indícios” de que o jovem e outros três amigos reproduziam as cobras em cativeiro. Ainda segundo a corporação, a naja pode ser vendida por até R$ 20 mil no mercado ilegal.
Multa em R$ 2 mil
Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou o estudante de medicina veterinária em R$ 2 mil, por criar a naja sem autorização. Segundo a polícia, as investigações apontam que ele é o dono da naja e das outras 16 serpentes.
De acordo com o Ibama, Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul mantinha a naja em ambiente doméstico, o que é proibido. O instituto informou ao G1, que o órgão ainda avalia quem será penalizado pelas 16 cobras que foram deixadas em Planaltina.
O Ibama orienta que as pessoas que mantêm animais silvestres ou exóticos de forma irregular podem fazer a entrega voluntária ao órgão ambiental em todas as unidades do país.
A população também pode denunciar criações irregulares e animais mantidos em cativeiro por meio da “Linha Verde”, no telefone 0800-618080.