Justiça reduz fiança e fazendeiro que matou onça consegue ser solto
Fiança, que antes era de cerca de R$ 500 mil, foi reduzida para pouco mais de R$ 166 mil
A Justiça reduziu o valor da fiança para soltar o fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon, acusado de matar uma onça-pintada com um tiro na cabeça, em Poconé. O caso foi registrado no dia 27 de fevereiro, quando, após matar o animal, Benedito ainda gravou vídeos debochando da situação.
Segundo a defesa do fazendeiro, a fiança, que antes era de cerca de R$ 500 mil, foi reduzida para pouco mais de R$ 166 mil depois de pedido de liminar. O advogado do pecuarista alegou que o valor de meio milhão de reais era desproporcional ao que recomenda a lei e ao tipo de crime ao qual Benedito é acusado.
Ainda conforme a defesa do pecuarista, o valor foi pago ainda na manhã desta quarta-feira (20). Benedito terá que usar tornozeleira eletrônica.
Na segunda-feira (18), a juíza Kátia Rodrigues Oliveira da comarca de Poconé, arbitrou fiança de 413 salários mínimos – pouco mais de R$ 500 mil – e uso de tornozeleira eletrônica para que fosse solto o fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon, acusado de matar uma onça.
O fazendeiro tinha até a noite de terça-feira (19) para realizar o pagamento, que não foi feito. Com isso, a juíza suspendeu alvará de soltura.
Relembre o caso
Benedito foi preso nessa segunda-feira (18). Ele se apresentou na Delegacia de Poconé e teve o mandado de prisão preventiva cumprido pelos oficiais. Durante interrogatório ele ficou em silêncio. Ainda na segunda, passou por audiência de custódia.
O pecuarista teve a prisão preventiva decretada com base nas investigações da Polícia Civil em razão de um vídeo que circulou na internet, em que aparecia ao lado da onça morta, com uma pistola em cima do corpo do animal. “Aqui não tem mamãe e não tem papai. É lapada do ‘língua preta’”, diz.
Ele continua debochando do animal. “Você não vale b*sta nenhuma. Sua filadaputa”. O homem ainda faz uma fala zoofílica, dizendo que se o animal fosse fêmea, daria uma ‘cochada’.
No dia 4 de abril, a defesa do fazendeiro afirmou que o vídeo é antigo e que o homem não assassinou o animal. O pecuarista segue foragido.
Em suas alegações, o advogado Anderson Nunes de Figueiredo diz que o vídeo foi gravado há mais de um ano. Também afirmou que a arma que aparece no vídeo não foi a usada para matar o animal.
De acordo com a defesa, os vídeos são antigos e teriam sido editados. Também nega que Benedito tenha assassinado a onça-pintada.