Morador registra um ‘cacho’ de cobras em pé de mexerica
Telmo Santos, um morador de Santo Antônio da Patrulha (RS) andava por uma propriedade quando avistou uma cena curiosa – e um tanto bizarra. Em um pé de mexericas, Santos viu um ‘cacho’ de cobras da espécie Philodryas olfersii, como mostra a imagem acima.
No documento, três biólogos e especialistas explicam que o fenômeno é um tipo de agregação reprodutiva
Quando vários machos se encontram, começa uma corrida para tentar copular com a fêmea, o que dá origem ao ‘cacho’ de cobras, ou mais precisamente, à agregação reprodutiva.
Agregação reprodutiva para buscar o melhor parceiro
De acordo com a bióloga e autora da nota, Silara Batista, ao G1, a agregação reprodutiva pode fornecer algumas vantagens para a espécie. “Ao promover uma agregação de machos em volta da fêmea induz, indiretamente, uma seleção sexual. De acordo com a teoria, ela escolhe machos com maior ‘fitness’ reprodutivo, ou seja, indivíduos maiores, mais vistosos e mais saudáveis”.
Estes indivíduos maiores e mais saudáveis, portanto, tendem a deixar descendentes também com essas características, o que é benéfico para a fêmea e também para a espécie.
Ainda de acordo com a autora Karina Banci, também em declaração ao G1, a agregação reprodutiva pode dar origem a uma gestação de diversos pais diferentes. Contudo, apenas alguns poucos machos conseguem passar seus genes para a cria.
Isso porque após a cópula, um macho irá secretar uma substância que bloqueia a cloaca da fêmea. Isso evita, portanto, que a fêmea se reproduza novamente durante algumas horas ou dias.
Algumas poucas outras espécies brasileiras conhecidamente formam esses ‘cachos’ de cobras. Dentre os exemplos temos a sucuri e a coral-verdadeira.
Fonte: G1