Brasileiro transforma Uno 2002 em motorhome para viajar pelo país
O paulista Luiz Henrique Torelli (@um.a.uno) sempre quis ter um motorhome, mas, na falta de recursos para comprar uma casa móvel tradicional, resolveu inovar.
Ele transformou o interior de seu Uno 2002 em uma área habitável, com espaço para cama, geladeira portátil, pia, armários e itens de cozinha.
“Olhei para o meu Uno e me perguntei: ‘por que não fazer um motorhome com o que tenho na mão?’. E, com meu carro, consegui alcançar o sonho de viajar e levar minha casa junto”, relata ele.
Com residência na cidade de Nova Odessa, interior de São Paulo, Luiz começou a realizar jornadas com seu “Unohome” em janeiro deste ano e visitou locais como São Sebastião (SP), Ubatuba (SP) e Paraty (RJ).
“Em uma das viagens, fui até Angra dos Reis, parando em várias praias no caminho. O passeio durou 25 dias”, conta ele. “Em outra ocasião, fiz a Ilhabela inteira com o carro. Em uma semana, conheci quase todas as praias da ilha”.Nestes tours, Luiz para seu veículo em áreas de camping, onde a estadia é cobrada. Outras vezes, quando as praias são muito desertas, gosta de estacionar o Uno em espaços ermos perto da areia e curtir sozinho as paisagens à sua volta, sem pagar nenhum tipo de diária.
E, com o Unohome, é facil sobreviver: na estrutura do carro, Luiz consegue dormir com tranquilidade, cozinhar, gelar suas bebidas e até tomar banho.
Faça você mesmo Luiz colocou a mão na massa para criar a estrutura que existe dentro de seu Unohome.
“Peguei emprestadas uma furadeira e uma serra da Makita, comprei uma chapa de madeira, tirei as medidas e comecei a trabalhar”, conta ele. “Fiz um projeto específico para o Uno. Não serviria em nenhum outro tipo de carro”.
Na obra, Luiz deixou apenas o banco do motorista dentro do veículo.
No espaço vertical criado entre o local onde ficava o banco do passageiro e o lado direito do banco traseiro ele colocou uma cama de solteiro. “A cama vai até o porta-luvas e tem 1,80 m de comprimento. É exatamente a minha altura. Se eu fosse um pouco mais alto, não caberia ali”.
Já atrás do assento do motorista, ele montou gavetas de madeira para suas roupas e colocou uma pequena geladeira portátil de 18 litros.
O espaço onde era o porta-malas do Uno, por sua vez, foi ocupado por uma pia sobre um recipiente de 10 litros de água e um armário de cozinha de madeira (também feito por Luiz) com gavetas que guardam talheres, pratos, panelas, alimentos e um fogareiro que funciona com gás.
Em suas viagens, se não tiver outro lugar onde tomar banho, Luiz estende um toldo e uma lona na parte traseira do Uno e, protegido do olhar de outras pessoas, puxa um chuveirinho para uma ducha.
E o veículo tem até um local “secreto” que pode salvá-lo em emergências: embaixo da cama, onde ficava o assento do passageiro, há um pequeno recipiente de madeira para ser usado para fazer o número 2, caso não haja banheiro por perto. “Na hora de usá-lo, tem que colocar um saco plástico lá dentro, que eu descarto depois”.
Além disso, o paulista ganhou um bagageiro de 360 litros para instalar sobre o teto do carro e que pode levar equipamentos de camping, como barraca e o toldo.
Já na hora de dormir, ele conta com o auxílio de cortinas que são arrastadas sobre as janelas, deixando o interior do Uno bem escuro.
Melhor que hotel cinco estrelas
Luiz afirma que sua trajetória de viagens com o Unohome só está começando.
Após desbravar os litorais de São Paulo e Rio de Janeiro, ele quer encarar jornadas mais longas com o carro.
Em breve, pretende sair de São Paulo e dirigir até os Lençóis Maranhenses, passando, no caminho, por destinos como Chapada dos Veadeiros e Jalapão.
“Também planejo percorrer toda a América do Sul e chegar até os Estados Unidos com o Uno”.
E Luiz está apaixonado pelo estilo de vida que o Unohome pode lhe proporcionar e afirma que, nestas viagens, tem aprendido a ser mais minimalista.
“Percebi que a gente não precisa de muita coisa para ser feliz. Com o meu carro, posso estacionar na frente do mar e curtir por dias aquela paisagem. Não tem preço acordar com o nascer do sol em uma praia deserta. São vistas que nem hotéis cinco estrelas oferecem”, diz.