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Calor deixa Rondônia em “ebulição”

Desmatamento e as mudanças no uso da terra podem agravar as ondas de calor em Rondônia.

A atual onda de calor extremo que assola o Estado de Rondônia é mais do que apenas um aumento repentino nas temperaturas. Ela ressalta as complexas interações entre os sistemas climáticos globais e as condições locais, revelando a influência conjunta das atividades humanas e dos padrões naturais. A cidade de Ji-Paraná e outras da Região Central do estado, assim como o município de Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, enfrentam máximas recordes de até 38ºC esta semana. E por trás dessa onda de calor, encontramos uma teia intrincada de fatores que exigem atenção imediata e ação coletiva.

Uma das principais forças por trás desse calor intenso são as mudanças climáticas, fenômeno muitas vezes negligenciado pelos países mais desenvolvidos em nome do status quo de sua população.

As crescentes concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, resultado das atividades humanas como queima de combustíveis fósseis e desmatamento, têm levado a um aquecimento global gradual. Isso aumenta a probabilidade e a intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor mais duradouras e intensas.

Os padrões climáticos regionais também influenciam a atual situação em Rondônia. A combinação de sistemas de alta pressão e circulação atmosférica atípica pode levar a um bloqueio de massas de ar, resultando em um acúmulo de calor e tempo seco na região. Esses padrões muitas vezes persistem, exacerbando a duração e a intensidade das ondas de calor.

O desmatamento e as mudanças no uso da terra também podem agravar as ondas de calor em Rondônia. Ambientalistas e especialistas no assunto apontam que o volume de áreas desmatadas no estado tendem baixar a umidade do ar diminuindo a capacidade de regulação térmica, o que contribui para o aumento das temperaturas locais. Além disso, o processo de desmatamento em si libera carbono na atmosfera, agravando ainda mais as mudanças climáticas.

Para lidar com os efeitos das ondas de calor extremas e dos eventos climáticos relacionados, é crucial que ações abrangentes sejam tomadas. A redução das emissões de gases de efeito estufa é fundamental para atenuar o impacto das mudanças climáticas.

Além disso, é necessário investir em estratégias de adaptação, como o planejamento urbano que leva em consideração o aumento das temperaturas, o incentivo ao reflorestamento e a preservação de áreas naturais e, principalmente, priorizar e estimular o uso de uma economia sustentável que não agrida o meio ambiente. Só assim, poderemos pensar em dias menos quentes, como os que tem colocado o Estado de Rondônia em ‘ebulição’ nos últimos dias.

Fonte: DIARIO DA AMAZÔNIA

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