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‘Cobra pênis’ da América do Sul é encontrada pela 1ª vez

Cientistas identificaram com testes de DNA uma “cobra pênis” que foi capturada em 2019 nas águas rasas do Canal Tamiami (também chamado de C-4), em Miami, nos Estados Unidos. Apesar de lembrar uma serpente, o animal de 60 centímetros de comprimento não é um réptil, mas um anfíbio da espécie Typhlonectes natans, nativa da Colômbia e Venezuela.

Depois que o bicho morreu em cativeiro, ele foi encaminhado até o Museu da Flórida para ser analisado de perto por especialistas. A criatura pertence ao grupo dos caecilianos (Apoda), composto por anfíbios tropicais com formato de minhocas e cobras. A descoberta foi publicada na edição de agosto da revista Reptiles and Anphibians.

Desde então, os pesquisadores coletaram outros espécimes de caecilianos no mesmo canal onde o primeiro deles foi encontrado. Com isso, os experts querem determinar qual é a quantidade e o alcance desses animais na área, embora acreditem ainda ser cedo para prever qual será o impacto dessas criaturas no ecossistema local.

“Muito pouco se sabe sobre esses animais selvagens, mas não há nada particularmente perigoso sobre eles, e eles não parecem ser predadores sérios”, avalia Coleman Sheehy, gerente da coleção de herpetologia do Museu da Flórida, em comunicado. “Eles provavelmente comerão animais pequenos e serão comidos por animais maiores.”

Os T. natans passam a vida em corpos de água doce lentos, quentes e rasos, com vegetação aquática. “Partes do Canal C-4 são exatamente assim”, conta Sheehy. “Este pode ser um ambiente onde esta espécie conseguirá prosperar”.

Não se sabe bem como os T.natan chegaram até Miami, mas uma hipótese é que esses animais teriam sido abandonados por pessoas que desistiram de criá-los como bichos de estimação, dado que esses anfíbios costumam viver em aquários dentro de casa e não escapam facilmente.

De modo geral, caecilianos têm tamanho variado, sendo que alguns medem poucos centímetros e outros chegam a 1,5 metro de comprimento. Curiosamente, restos de exemplares antigos desses seres, de mais de 170 milhões de anos, já foram descobertos no sudoeste dos Estados Unidos, embora a linhagem atual não seja nativa do país

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