Dezessete municípios de Rondônia chegam aos 30 anos de emancipação política e destacam o progresso
Dezessete municípios fizeram 30 anos no último dia 13. Alto Paraíso, Cacaulândia, Campo Novo de Rondônia, Candeias do Jamari, Castanheiras, Corumbiara, Governador Jorge Teixeira, Itapuã do Oeste, Ministro Andreazza, Monte Negro, Novo Horizonte do Oeste, Rio Crespo, Seringueiras, Theobroma, Urupá e Vale do Paraíso foram emancipados em 13 de fevereiro de 1992, e destacam o desenvolvimento. Os aniversariantes e sua situação socioeconômica atual:
ALTO PARAÍSO
A 211 quilômetros da Capital, este município tem 21,4 mil habitantes (IBGE, 2019), renda per capita (por cabeça) de R$ 13,9 mil, Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 287,8 milhões, e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)* 0,625, considerado médio. Sua corrida do jerico motorizado faz parte do calendário turístico estadual.
Alto Paraíso, “Capital do Jerico”, nascida de um Núcleo Urbano de Apoio Rural, hoje alcança a marca de mil quilômetros de estradas rurais e tem mais de 200 mil cabeças de gado bovino, conforme estatística da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron). Parte do gado de corte é vendida para frigoríficos de Ariquemes.
As lavouras cafeeiras lhe renderam glórias e decadência, esta, causada pela crise brasileira com exportações, entre 2002 e 2003, quando o preço caiu de R$ 3, o quilo, para míseros R$ 0,35 (trinta e cinco centavos). Isso resultou no endividamento de grande parte dos produtores nos estabelecimentos bancários.
CACAULÂNDIA
Novecentas toneladas de peixes por ano põem o município entre os mais produtivos da Amazônia, ao mesmo tempo em que se desenvolvem a bacia leiteira, o café e a cacauicultura.
Diversos piscicultores acreditaram no segmento, recebendo assistência da Entidade Autárquica de Assistência e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO) desde meados de 2010.
Com 6,2 mil habitantes, a 205 quilômetros de Porto Velho, Cacaulândia em renda per capita de R$ 20,8 mil, PIB de R$ 133,9 milhões e seu IDH é 0,646, médio.
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CAMPO NOVO DE RONDÔNIA
Distante 304 quilômetros da Capital, com 14,1 mil habitantes, o município alcançou PIB de R$ 221,02 milhões, proporcionando uma renda per capita de R$ 15,3 mil. Seu IDH é 0,593, baixo.
Apesar da devastação antiga, o município ainda dispõe de 36,2 mil hectares de áreas de preservação permanente e 54 ha de florestas plantadas. Em 2019, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Campo Novo extraía 32,3 mil m³ de madeira em tora.
A banana produzida no município é colhida em 111 propriedades e vendida em 40 estabelecimentos comerciais. Cacau e café são colhidos em mais de cem propriedades.
O turismo abre novos horizontes para esse lugar, e as obras de pavimentação do Governo estadual na BR- 421 (antigamente denominada Rodovia da Cassiterita), facilitam o acesso turístico às belezas naturais da região.
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CANDEIAS DO JAMARI
No Mapa Turístico do Estado, é sede do maior parque aquático da região. Faz parte da rota dos balneários da Superintendência Estadual de Turismo (Setur).
Situado na Região Metropolitana de Porto Velho, Candeias do Jamari situa-se a apenas 19 km da Capital, tem 26,6 mil habitantes, PIB de R$ 548 milhões, renda per capita de R$ 20,5 mil e IDH 0,649, médio.
Já faz parte do Mapa do Turismo do Estado de Rondônia.
Ainda no final da década de 1970, no Território Federal de Rondônia, era conhecida por Vila Candeias, e há mais de 80 anos, por Santa Isabel do Candeias.
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CASTANHEIRAS
Castanheiras, a 363 km de Porto Velho, tem 3,58 mil habitantes, PIB de R$ 52,5 mil, renda per capita de R$ 14,07 mil, e seu IDH é 0,702, alto.
O mais recente levantamento agropecuário do IBGE mostra que 231,9 mil metros cúbicos de madeira em toras foram comercializados em 2019.
Apesar de tudo, 48.2% de domicílios urbanos em vias públicas são beneficiados com arborização, uma taxa que supera a da própria Capital, Porto Velho, que se situa em 40%.
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CORUMBIARA
A 847 km de Porto Velho, Corumbiara tem7,3 mil habitantes, PIB de R$ 138,1 milhões, renda per capita de R$ 14,1 mil e IDH 0,668, médio.
A denominação se deve ao rio com esse nome, importante afluente da margem direita do rio Guaporé.
Mas se existe algo que hoje possa simbolizar o município são os seus 273 mil hectares de fazendas com 311,5 mil cabeças de bovinos, 3,5 mil equinos, e a produção de 16,6 mil litros de leite. E muita soja.
Em segundo lugar, depois de Cerejeiras (144 mil t), Corumbiara cultiva 120 mil toneladas dessa oleaginosa, cuja área subiu no Estado de 175 mil ha para 225 mil ha, entre 2015 e 2019, conforme dados da Produção Agrícola Municipal do IBGE.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), as duas recentes safras de soja em Rondônia superaram US$ 411 milhões. Foram exportadas mais de 3,8 milhões de toneladas para a China, Espanha, Holanda, México e Turquia.
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GOVERNADOR JORGE TEIXEIRA
Com população de 7,7 mil habitantes, a 270 km da Capital, tem um PIB de R$ 163,3 milhões, renda per capita de R$ 16,4 mil, e IDH 0,596, baixo.
Nascido da formação do Núcleo Urbano de Apoio Rural Pedra Branca, o município homenageia o último governador do extinto Território Federal e o primeiro do Estado de Rondônia, coronel Jorge Teixeira de Oliveira.
De economia pujante como importante centro econômico agropecuário, Governador Jorge Teixeira é também importante polo comercial, com destaque na atividade varejista e na transformação da produção rural em bens industrializados no âmbito da agricultura familiar.
A exemplo dos demais, produz grãos, leite e carne e tem importância na balança comercial do Estado.
ITAPUÃ DO OESTE
A 93 km de Porto Velho, tem 10,4 mil habitantes, PIB de R$ 153,8 milhões, renda per capita de R$ 15,1 mil e seu IDH é 0,614, médio.
O município foi criado em antigas terras exploradas por empresas de mineração entre as décadas de 1960 e 1970.
No final dos anos 1990, a Estanho de Rondônia S/A negociava a Jacundá, e logo após, nos anos 2000, a Companhia Siderúrgica Nacional também se interessava pelo seu patrimônio.
A Jacundá vendeu e também doou parte das casas de algumas vilas, sobretudo no setor Santa Maria, para moradores e funcionários da empresa que residiam em Itapuã.
“Com a quebra da cassiterita entre 1989 e 1990, no mercado internacional, a mineração de cassiterita viveu um processo de adaptação à nova realidade imposta pelo mercado, e assim, uma parte significativa da população da Mineração Jacundá que não foi demitida passou a fixar residência no distrito, que num momento é elevado à condição de Município”.
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MINISTRO ANDREAZZA
Com 10,3 mil habitantes, a 452 km de Porto Velho, Ministro Andreazza tem renda per capita de R$ 10,2 mil, PIB de R$ 109,4 milhões e seu IDH é 0,701, alto. O município homenageia o ex-ministro (Interior e Transportes) Mário Davi Andreazza.
A 35 km da BR-364, produz abacaxi, arroz, café, feijão, goiaba, leite, laranja, limão, mamão, mandioca, maracujá, melancia, milho, palmito, tangerina e tomate, com bom rendimento médio, conforme atestam os técnicos estaduais.
A cidade possui 85% de arborização, mas apenas 5% de esgotos, a exemplo de outros municípios amazônicos.
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MIRANTE DA SERRA
A 388 km da Capital, com 10,9 mil habitantes, Mirante da Serra tem um PIB per capita de R$ 15,6 mil, PIB de R$ 192,2 milhões, e IDH 0,643, médio.
Hoje, Mirante da Serra cultiva abacaxi, amendoim com casca, cana de açúcar, mandioca, melancia, milho e tomate. Seus estabelecimentos agropecuários totalizam 56,4 mil hectares. Seu mais badalado produto é o Amazon Struthio, conhecido em diversas regiões do País.
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MONTE NEGRO
A população alcançou 15,8 mil habitantes, a renda per capita chegou a R$ 15,1 mil (IBGE, 2016), e o PIB, R$ 242,4 milhões. Seu IDH é 0,607, médio.
Foi no passado um território mineral e agrícola com nome de Boa Vista, até se desmembrar de Ariquemes.
A Universidade de São Paulo (USP) ali instalou, o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-5), que pesquisa doenças negligenciadas endêmicas da Amazônia, entre as quais, a malária, as leishmanioses, as filarioses, a toxoplasmose e a doença de Chagas. O laboratório atende à população.
Monte Negro explora madeira em tora e madeira para lenha. Tem 140,8 mil hectares de terras com proprietários titulados coletivamente; tem 109 proprietários individuais, 862 assentados aguardando títulos e 480 arrendatários.
A pastagem totaliza 103,3 mil ha, das quais, 1.914 ha naturais e 1.211 ha em más condições. Áreas destinadas à preservação permanente ou reserva legal somam 29,3 mil ha. A área irrigada é de apenas 180 ha. Proprietários e co-proprietários totalizam 1.47.
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NOVO HORIZONTE DO OESTE
A 503 km de Porto Velho, com 8,1 mil habitantes, tem renda per capita de R$ 19,4 mil, Novo Horizonte do Oeste possui IDH: 0,634, médio, e PIB de R$ 103 milhões.
O município nasceu de um Núcleo Urbano de Apoio Rural (NUAR) emancipando-se. Atualmente é um dos maiores produtores de café do Estado, promovendo anualmente concursos de qualidade de café do tipo Conilon, com apoio técnico da Emater e da Seagri.
Apicultores cuidam de raríssimas colmeias, e o mel também desponta como alternativa de renda no município. No entanto, o Concafé, o maior concurso de qualidade de café da variedade robusta no país dita as regras, mobilizando a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Seagri, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Agência Idaron, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e Câmara Setorial do Café, na valorização da cultura que tem também o seu reduto em Novo Horizonte.
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RIO CRESPO
Com de 3,8 mil habitantes, Rio Crespo fica a 152 quilômetros da Capital, tem renda per capita de R$ 23,8 mil, PIB de R$ 90,5 milhões.
Rio Crespo homenageia o rio com o mesmo nome. Seu IDH é 0,643 médio.
O município nasceu de áreas desmembradas de Ariquemes e Porto Velho. Antes, seus pioneiros habitaram o NUAR Cafelândia, integrante do Projeto de Assentamento Dirigido Marechal Dutra, do Incra.
E ali plantavam muito café nos 1980, quando a extinta Companhia de Desenvolvimento Agrícola de Rondônia (Codaron) estimulava a expansão das lavouras também na região do Vale do Jamari.
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SERINGUEIRAS
Distante 527 km de Porto Velho, Seringueiras tem 11,6 mil habitantes, renda per capita de R$ 9,9 mil e PIB de R$ 120,3 mil. Seu IDH é 0,687, médio.
A sede do município fica na rodovia BR-429, 160 quilômetros a sudoeste de Ji-Paraná. O nome homenageia a árvore Hévea Brasiliense (seringueira).
Três toneladas/ano é a média de produção de látex coagulado, mas o município também possui 117,5 mil hectares em fazendas nas quais, pastagens em boas condições ocupam 72,5 mil ha, e 25,6 mil ha são formados por matas naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal. Possui 1.558 propriedades tituladas coletivamente e 51 aguardando titulação definitiva.
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THEOBROMA
A 310 km de Porto Velho, Theobroma possui 10,3 mil habitantes, renda per capita de R$ 14,9 mil, PIB de R$ 169,7 milhões, e IDH 0,589, baixo.
De 1990 a 2015, Theobroma passou de 356 toneladas/ano para 552 t em 2005 e 211t em 2015, informa a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Theobroma vem atrás de Ariquemes (841 t em 2015), Jaru (610 t), Ouro Preto do Oeste (555 t), Governador Jorge Teixeira (505 t), e Buritis (444 t).
Foi o cacau que impulsionou o NUAR a ser município, na esteira do enfrentamento financeiro e à doença. No período de 1970 a 1985, todos os estados apresentaram crescimento na produção de cacau, com destaque para Amazônia, que passou de uma produção de 2.422 em 1980 para uma produção de 40,4 mil toneladas em 1985, um aumento de 1.570,5%.
Saiba mais de Theobroma.
URUPÁ
Urupá tem 11,2 mil habitantes, situa-se a 396 km de Porto Velho. Sua renda per capita é R$ 8,1 mil, o PIB totaliza R$ 112 milhões e seu IDH é 0,609, médio.
Era terra indígena, a exemplo de outras dos antigos territórios federais. Nos anos 1980 cresceu a 87 quilômetros dali a Urupá de hoje, um município com 11,2 mil habitantes, na região de Ji-Paraná.
Novo, ainda, mas com raízes fincadas no solo amazônico ocidental brasileiro totalmente coberto por florestas, sem gente e sem estradas, antes da virada dos anos 1800 para os 1900.
Com a depreciação da borracha, a região entrou em decadência voltando a se desenvolver com a descoberta de diamantes. Se o País hoje conhece o conflito causado pela exploração clandestina de diamantes na região do Roosevelt, no município de Espigão do Oeste, em Ji-Paraná a atividade era comum e ocupava a mão de obra de garimpeiros vindos de outros estados para as margens do rio Machado.
Urupá já teve na agropecuária o forte de sua economia, entretanto, vem experimentando a criação de peixes e alevinos, um negócio que atualmente representa a segunda renda do município.
Conhecida como “cidade do tambaqui”, conforme explica o engenheiro de pesca Antônio de Almeida Sobrinho, a piscicultura mobiliza pequenos, médios e grandes que fazem do município o 2º maior polo produtor dessa espécie no Estado.
Saiba mais de Urupá.
VALE DO PARAÍSO
Com 8,2 mil habitantes, a 360 km da Capital, este município possui renda per capita de R$ 10,9 mil, PIB de R$ 98,9 milhões, e seu IDH é 0,627, médio.
O aniversário coincidiu com os serviços iniciados de infraestrutura que totalizam em 8,6 quilômetros de recapeamento asfáltico e 2,7 quilômetros de asfalto novo. A obra faz parte do projeto “Tchau Poeira” desenvolvido pelo Governo de Rondônia com intuito de garantir a manutenção e ampliação de sua malha asfáltica.
A exemplo de outras frentes pioneiras com migrantes vindos de diferentes regiões do País, Vale do Paraíso foi povoado por paranaenses, mineiros e capixabas que para cá vieram em busca de dias melhores a partir de 1973.
Em 1980, o Núcleo Urbano de Apoio Rural (Nuar) criado pelo governo territorial recebeu áreas cedidas por famílias pioneiras, entre elas, Sabino, Lyra e Vitória. E a cidade começou.
Saiba mais de Vale do Paraíso.
O QUE É IDH
Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano.
Apesar de ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da “felicidade” das pessoas, nem indica “o melhor lugar no mundo para se viver”.
Democracia, participação, equidade, sustentabilidade são outros dos muitos aspectos do desenvolvimento humano que não são contemplados no IDH.
O IDH tem o grande mérito de sintetizar a compreensão do tema e ampliar e fomentar o debate. Desde 2010, quando o Relatório de Desenvolvimento Humano completou 20 anos, novas metodologias foram incorporadas para o seu cálculo. Atualmente, três pilares o constituem (saúde, educação e renda) mensurados da seguinte forma:
► Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida;
► O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos;
► A expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade, com padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecendo na vida da criança;
► E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita (por cabeça) expressa em poder de paridade de compra constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência.
Texto: Montezuma Cruz
Secom – Governo de Rondônia