Crescimento do setor produtivo agrícola impulsiona outras culturas na pecuária rondoniense
Em decorrência dos esforços do Executivo Estadual em combater pragas e doenças, fortalecendo o agronegócio, Rondônia saiu da condição exclusiva de importador de alimentos para se tornar um grande provedor para o restante do Brasil. Com uma política de governo assertiva, de apoio ao produtor, e investimentos tanto para o fomento quanto em tecnologia, o Estado conquistou aumentos significativos no plantio e na produtividade agrícola, despontando entre os três maiores produtores de grãos da região Norte e conquistando o 14° lugar no ranking de produção de grãos do Brasil.
Destaque para a soja que, com 397 mil hectares plantados, em mais 1.7 mil propriedades rondonienses, fechou 2020 com uma colheita superior a 1,3 mil toneladas, o que resultou em mais de R$ 3.3 milhões em exportações, segundo divulgou a edição de julho do boletim Agro da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). Com aumento de 0,79% na produção, em relação a maio do ano passado, a exportação de milho também deu um leve salto em 2020, fechando o período com R$ 1.425,6, milhões em vendas e mais 1,07 mil toneladas produzidas.
Vale destacar que o crescimento do setor produtivo agrícola tem impulsionado outras culturas na pecuária rondoniense, como a suinocultura, a produção de aves e aquicultura, com foco especial na criação de peixes. Dados do Governo do Estado apontam que, no ano passado, a comercialização de suínos e derivados do animal rendeu R$ 1,17 milhões a Rondônia. No mesmo período, o comércio de frangos movimentou mais de R$ 320 milhões, com ênfase também na produção de ovos, que teve rendimento anual de R$ 51,7 milhões em 2020.
AQUICULTURA
Dentro da piscicultura, Rondônia vem destacado-se na produção de tambaqui em regime semi-intensivo. No ano passado, de acordo com a Seagri, o Estado produziu 65.500 toneladas do pescado. A produção tem enorme potencial de crescimento devido a grande disponibilidade de recursos hídricos na região e a participação massiva dos pequenos produtores. Nos últimos três anos, por exemplo, Rondônia ampliou a área destinada à piscicultura e, atualmente, conta com cerca de 16 mil hectares de espelho d’água, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam).
Componente importante na alimentação desses animais, tanto a soja quanto o milho tem influência direta no desempenho dessas culturas, orientando, de certa forma, os custos da produção e o valor de mercado da carne e derivados. “Daí a importância do trabalho desenvolvido pela Idaron. Combatendo e prevenindo pragas quarentenárias, como a ferrugem asiática ou ferrugem da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a Agência impede o colapso no setor produtivo e o eventual aumento dos preços das commodity’s pela possível escassez do produto no mercado”, explica o presidente da Idaron, Julio Cesar Rocha Peres.
SUINOCULTURA
O Estado possui 310 propriedades cuja atividade comercial inclui a criação de suínos. Outras 22.676 explorações pecuárias trabalham com suinocultura, mas com a finalidade de subsistência. Todas essas iniciativas pecuárias são acompanhadas de perto pela Idaron.
Além do monitoramento sorológico semestral, a Agência mantém o serviço de vigilância ativa nas propriedades em que há atividades ligadas à suinocultura. “O Governo tem uma meta mensal que é cumprida rigorosamente pelos servidores da Idaron, em apenas seis meses, de janeiro a junho desse ano, já foram realizadas quase mil visitas aos criadores de suínos”, destaca Julio Peres.
Para fomentar ainda mais o setor, o Executivo Estadual, por meio da Seagri, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), vai qualificar 10 técnicos, que serão multiplicadores, para atuar no fomento da suinocultura no Estado. O objetivo da iniciativa é multiplicar os conhecimentos adquiridos aos micro, pequenos e médios avicultores e suinocultores de Rondônia.
PUJANÇA DA PECUÁRIA
O crescimento da produção agropecuária também inclui a criação de bovinos e bubalinos, maior filão de negócios dentro da pecuária rondoniense. Em 2015, o rebanho geral do Estado, incluindo gado de leite e de corte, era formado por 13,4 mil cabeças de gado, hoje, em 2021, esse número saltou para 15,1 mil cabeças, o que torna Rondônia a região com maior rebanho do Brasil dentro das áreas que são reconhecidas internacionalmente como livre de febre aftosa sem vacinação.
“É certo lembrar que esse crescimento não indica exatamente que mais áreas de pasto foram formadas, muito desse crescimento se deve a ‘tecnificação’ das propriedades, com mais áreas de confinamento e melhoria no sistema de produção”, avalia Julio Peres.
Segundo, o presidente da Idaron, Rondônia exporta carne para 48 países. Os quatro maiores compradores, ordenados por volume de compras, é Hong Kong, China, Egito e Chile. Juntos, esses quatro países consomem 83% de toda carne exportada pelo Estado. Israel também já abriu o mercado para o criador rondoniense, em 2019 o país importou 2,8 milhões de dólares em carne.
Esse acesso aos grandes mercados consumidores de carne, devido ao reconhecimento mundial, exigiu que Rondônia adotasse medidas mais drásticas de fiscalização e prevenção contra a doença, com reforço da fiscalização nas áreas de fronteira e investimento em tecnologia, tanto para fins de combate às doenças como de apoio ao produtor, oferecendo praticidade e comodidade ao cidadão na emissão de documentos importantes, como a Guia de Trânsito Animal (GTA) e a Permissão de Trânsito de Vegetal (PTV).