Esforço e capacidade dos professores que se reinventaram durante a pandemia são reconhecidos pelo Governo de Rondônia
Foi aos 45 anos de idade, em 2005, que Leane Perin concluiu a graduação em Biologia e imediatamente foi atrás de cumprir mais um, entre diversos objetivos, tornar-se professora. No ano seguinte, foi aprovada pelo Governo de Rondônia em um processo seletivo como professora emergencial e, em 2008, tornou-se professora efetiva do Estado após aprovação em concurso.
A professora Leane trabalha na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Celso Ferreira da Cunha desde 2006, no Riozinho, distante cerca de dez quilômetros de Cacoal. Nestes 15 anos lecionando na escola, em boa parte deles, a docente contou com o transporte escolar para fazer o trajeto de chegada à escola.
Professora da Mediação Tecnológica, com a pandemia da covid-19, Leane e o esposo preferiram deixar a cidade para ficarem mais isolados e seguros na chácara do casal, há quatro quilômetros da escola. Com o avanço da tecnologia, mesmo na área rural, a professora consegue manter o contato com os alunos, ministrar aulas e repassar as atividades. “Alguns alunos não têm acesso à internet, para estes, eu imprimo conteúdos extras e as atividades e levo até à escola, para que eles possam ter acesso”, conta a professora.
Pelo menos duas vezes por semana, Leane vai até a unidade escolar e fica à disposição para que os alunos possam esclarecer eventuais dúvidas e também avaliar os metodos de ensino adaptado.
“Quando a pandemia estava mais séria, as aulas eram apenas remotas, com auxílio do classroom e do aplicativo de mensagens WhatsApp. O dia inteiro eu estava em contato com meus alunos, por mais que estivéssemos distantes fisicamente”, explica a professora
A educadora conta que, infelizmente, muitos alunos desistiram da escola nesse período mas agora, o atendimento presencial, tem conseguido reverter isso. “O contato presencial faz toda a diferença. Muitos alunos não tem internet e isso dificultou as aulas ao longo da pandemia. Mas agora, com a possibilidade de ter essa aproximação, de recebê-los no estabelecimento de ensino, eles voltaram a demonstrar interesse. Resgatei alguns alunos, vindo à escola e estabelecendo esse contato presencial”, destaca.
AULAS PRESENCIAIS
Em Rondônia, as aulas presenciais estão suspensas desde março de 2020 por causa do estado de calamidade pública causado pela pandemia do coronavírus. Por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em cooperação com os órgãos de controle e outras entidades públicas e civis organizadas, o Governo de Rondônia elaborou um Plano de Retorno para as aulas presenciais e em agosto deste ano. Ao menos, 48 mil estudantes, dos 195 mil matriculados na Rede Estadual de Ensino retornaram, às atividades presenciais.
Mas o retorno acontece de forma gradual. Na Escola Celso Ferreira da Cunha, onde a professora Leane ministra aulas de Ciências e Biologia, todas as turmas do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio, já tiveram a opção de retornar às aulas presenciais, mas a comunidade escolar optou por manter as aulas remotas.
Uma decisão que tem sido respeitada. Para os alunos que continuam em casa, o Governo do Estado segue disponibilizando as aulas on-line, tornando híbrido (presenciais e não presenciais para os estudantes) o processo de ensino-aprendizagem em Rondônia.
Sobre essa nova experiência na Educação, a professora Leane diz que foi preciso se reinventar. “Nunca imaginei, que no auge dos meus 60 anos, eu precisaria viver uma mudança tão significativa, mas com a necessidade, a gente vê que consegue ir muito além. Hoje eu ministro minhas aulas junto aos meus alunos, pela tela de computadores e de celulares. Exerço o magistério de uma forma que antes, para mim, era algo que estava apenas na imaginação”, emocionasse a professora.
INVESTIMENTOS NA ESCOLA
Neste ano, Leane e outros professores que atuam na Mediação Tecnológica foram contemplados com aparelhos de notebooks adquiridos pelo Governo de Rondônia. Em Cacoal, a Mediação foi implantada na escola Celso Ferreira da Cunha e também nas escolas Cruzeiro do Sul e Pedro Alvares Cabral, na área rural.
Além dos notebooks enviados para atender os professores da Mediação Tecnológica, a Escola Celso Ferreira da Cunha recebeu neste ano, 22 aparelhos de ar condicionado. No último ano, com um investimento de R$ 93.444,95, a unidade escolar também ganhou um refeitório, com cozinha e toda a estrutura necessária para atender ainda melhor os alunos.