Em 35 dias Rio Madeira já subiu quase 8 metros e prejudica mais de 100 famílias
Equipes da Defesa Civil Municipal estão monitorando diariamente o nível do Rio Madeira, que marcou 14,2 metros na manhã desta terça-feira (7). Segundo o coordenador Marcelo Santos, o nível subiu quase oito metros em 35 dias, prejudicando mais de 100 famílias que moram no Ramal Maravilha II, em Porto Velho.
Um mapeamento geológico feito em relação a marca histórica, entre os anos de 2009 e 2020, mostrou para a Defesa Civil que o rio está 140% acima da marca registrada nos outros anos. Comparando o nível, na mesma época do ano passado, atualmente a cota está abaixo um metro. “Isso significa que no início desse ano, teve um dia que o nível do rio ficou superior a 2014, na cheia histórica. Porém, em 2014, esse nível se elevou, baixou e depois subiu desordenado. Agora, temos que ficar acompanhando para ver se vai acontecer a mesma coisa”, disse Marcelo Santos.
Segundo Marcelo Santos, o aumento do nível do rio pode estar relacionado ao fenômeno atmosférico El Niño, caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano pacifico tropical, e com isso altera o clima regional e global, mudando os padrões do vento em nível mundial, afetando os regimes de chuvas em regiões tropicais e de latitude medias, que é o caso da nossa região. “Mas ainda não podemos afirmar porque teremos uma reunião com os órgãos que fazem esse monitoramento para nos dar uma resposta mais precisa sobre o que está acontecendo”, esclareceu o coordenador.
A cheia em Porto Velho, acontece todos anos, segundo o Marcelo Santos, mas sempre com uma proporção diferente. “Então, quem vai me dizer a previsão de como será esse ano, é o Sipam e CPRM, após a reunião chamada “Pré-Cheia”, com o prognóstico para os próximos quatro meses de 2020. Após isso, nós teremos que estar prontos para colocar nosso plano de contingência em ação”, disse.
Assim como todos os anos, na medida em que o nível do Rio Madeira começa a aumentar, as primeiras famílias a serem afetadas são as que ficam localizadas no Bairro Nacional, São Sebastiao, Triangulo, Candelária, Arigolância, Balsa, e no Beco do Birro e Beco Gravatal. “Nós já estamos atentos e preparados para a remoção antecipada dessas famílias em tempo hábil de forma preventiva, para que quando o rio ultrapassar os 15 metros essas famílias não estejam mais nesses locais. A Defesa Civil já está fazendo as visitas antecipadas, conversando com os moradores e alertando sobre os cuidados com a cheia e sobre as doenças que essas águas causam”, informou Marcelo Santos.
Ainda segundo o coordenador, ainda é muito cedo para falar ou afirmar sobre uma possível cheia histórica, porque mesmo que o nível do rio tenha subido quase oito metros em 35 dias, ainda está baixo, comparado com o mesmo período do ano passado. “Mas isso nos deixa vigilante, com o plano de contingência pronto para ser colocado em prática”, disse.
Ramal Maravilha II
Um trecho da estrada que dá acesso ao Ramal Maravilha II, foi invadido pela água de um lago que transbordou com a elevação do nível do Rio Madeira. Com isso, mais de 100 famílias foram prejudicadas, tendo que utilizar a BR-319 como rota acesso para chegar em suas casas ou ir até a cidade.
Ramal Maravilha I
Se o nível do rio continuar subindo, segundo Marcelo Santos, outro trecho do Ramal Maravilha I, também poderá ser invadido pela água do Rio Madeira, que geralmente invade um lago que existe na região. Mais de 100 famílias podem ser prejudicadas.