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Garoto é dado como ‘herói’ por pilotar drone para exército

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Um adolescente de 15 anos está sendo considerado “herói” na Ucrânia após utilizar o próprio drone para ajudar as forças armadas do país a localizar e destruir um comboio russo que avançava para Kiev no início da guerra, que começou no final de fevereiro. Andrii Pokrasa conseguiu obter fotos e coordenadas dos invasores, dados que foram encaminhados pelo pai dele para o exército ucraniano.

Segundo a canadense Global News, as autoridades recrutaram Pokrasa porque sabiam que ele havia comprado o equipamento e ele era o único da região que sabia pilotá-lo. Ele ajudou a localizar os invasores na rodovia E40 entre Kiev e Zhytomyr.

O sucesso da missão fez com que os militares ucranianos entregassem ao adolescente os controles de um drone de qualidade e alcance maior, para ele continuar dando apoio às forças armadas.

“[Pokrasa] era o único que tinha experiência com drones naquela região”, disse Yurii Kasjanov, comandante de uma unidade de defesa territorial. “Ele é um verdadeiro herói. Um herói da Ucrânia.”

O adolescente disse que a experiência foi “muito assustadora” e que tinha consciência dos riscos, mas afirmou que queria impedir que as forças russas atacassem sua cidade natal, cujo nome não foi informado por questões de segurança, de acordo com a Global News.

“Eles nos forneceram informações onde os russos poderiam estar aproximadamente. Nosso objetivo era encontrar as coordenadas exatas e fornecê-las aos soldados”, disse Pokrasa à publicação. O pai dele também ajudava, repassando as informações para o exército por meio de um aplicativo.

Apesar do sucesso, o jovem disse que ficou com emoções conflitantes sobre a operação. “Eu estava feliz, mas também [pensava] que eram pessoas ali. Eles eram ocupantes, mas de qualquer forma, também eram pessoas”, disse ele.

Pokrasa comprou o primeiro mini-drone utilizando um dinheiro que ganhou com o pai no mercado das criptomoedas. Ele começou a pilotá-lo todos os dias, ganhando habilidade com o equipamento. Quando os russos invadiram o país, ele inicialmente ficou em casa com a família, mas depois de alguns dias foi convidado a ajudar o exército porque era a única pessoa na região com um drone.

A mãe de Pokrasa, Iryna, disse que ficou preocupada quando o marido começou a levar o filho à noite para “procurar soldados russos”. Após o episódio, ela o levou para a Polônia para terminar o ano letivo.

Os drones têm ganhado força na política de defesa da Ucrânia. Alguns deles, como o Bayraktar TB-2, de fabricação turca, ajudaram os ucranianos a causarem grandes perdas às unidades da Rússia desde o início da guerra.

Segundo Taras Troiak, ex-varejista de drones que lidera a Federação de Proprietários de Drones da Ucrânia, cerca de mil civis se juntaram à missão de localizar as tropas invasoras por meio dos equipamentos. Ele criou um grupo no Facebook para encorajar mais pilotos de drones a integrarem a força-tarefa.

“Se não tivéssemos esses operadores e drones que pudessem ajudar o exército ucraniano, acho que Kiev já poderia ser ocupada pelas forças russas”, disse ele ao Global News.

UOL

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