Investimento da Energisa em RO é o maior do grupo no país
A Energisa assumiu a distribuição de energia em Rondônia há 15 meses. Quanto a Energisa já investiu no estado?
André Theobald: Reforçamos o capital da empresa com um aporte de R$ 254 milhões logo que assumimos. Também antecipamos o capital para pagar o débito de R$ 1,2 bi com a compra de energia, que ameaçava deixar o estado sem fornecimento de energia. E ampliamos os investimentos. Foram R$ 471 milhões, em 2019, e serão outros R$ 644 milhões ainda esse ano, totalizando em dois anos R$ 1,12 bi.
E que resultados a empresa já alcançou?
André Theobald: O estado de Rondônia vinha de anos sem nenhuma manutenção ou melhoria em sua rede de distribuição de energia. A Ceron corria o risco de parar de operar, com os indicadores de qualidade muito distantes das metas. Trocamos mais de 2 mil quilômetros de rede e limpamos mais de 2700 quilômetros de faixas, que são os locais por onde passam as redes. Também reformamos as principais instalações da empresa e estamos construindo 21 novas subestações e instalando equipamentos de última geração para automatizar a operação das redes. Todos os municípios de Rondônia estão sendo impactados de alguma forma por essas iniciativas.
Mas a qualidade vai melhorar?
André Theobald: Sim. Estamos trabalhando para conectar regiões isoladas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), ampliar a capacidade da rede para atendimento de novos empreendimentos e melhorar a qualidade. Já estamos reduzindo a frequência de quedas de energia e agilizando o retorno quando falta. Além disso, temos o desafio de reduzir as perdas de energia, que inclui o furto. Hoje, as perdas no estado estão entre as mais altas do país e o consumidor correto de Rondônia paga pela ineficiência e pela energia furtada por uma minoria.
Mas qual o impacto do roubo de energia?
André Theobald: O furto de energia impacta em 5% na tarifa de energia e em R$ 25 milhões na arrecadação do estado por ano. Ou seja, se toda a energia que é furtada fosse faturada, a população de Rondônia pagaria menos pela energia que consome e o governo estadual arrecadaria mais.
Mas se está tudo certo, por que os deputados criaram uma CPI para investigar a Energisa?
André Theobald: A concessão da distribuição de energia em Rondônia ao setor privado é recente, acaba de completar um ano, e ocorreu em meio a um debate político muito intenso. Embora seja uma prerrogativa da União, regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é natural que haja um período de aprendizagem de todos os agentes. Nós, da Energisa Rondônia, estamos à disposição para prestar qualquer esclarecimento e mostrar que os investimentos que estão sendo feitos vão colocar Rondônia no novo cenário energético do país e alavancar o desenvolvimento do estado.
Por que as reclamações sobre aumento das contas de energia são crescentes no estado?
André Theobald: A tarifa da Energisa em Rondônia é a 3ª mais baixa de toda a região Norte e está na 18ª colocação no ranking das tarifas no Brasil. A Energisa segue os percentuais determinados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sem qualquer ingerência nos valores definidos. De cada R$ 100 pagos em uma conta de luz residencial em Rondônia, fica com apenas R$ 20. Mais de R$ 40 são impostos e cerca de R$ 38 vão para a transmissão e compra de energia.
Como o senhor avalia a declaração de alguns deputados que falam em cancelar a concessão da Energisa?
André Theobald: A Energisa está e sempre esteve à disposição do poder público para prestar todos os esclarecimentos necessários. A concessão é uma atribuição da União, regulada pela Aneel, e ocorreu após um processo de privatização longo, com o envolvimento do Congresso Nacional, do Tribunal de Contas da União. Os deputados estaduais têm um papel na fiscalização, na representação dos interesses dos eleitores, mas não podem perder de vista a segurança jurídica, que é o que atrai investimentos para Rondônia. Estamos seguros de que Rondônia vai se beneficiar com o plano de investimentos que estamos implementando.