OMS interrompe testes com cloroquina contra Covid-19 devido aos riscos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (25) que decidiu interromper os estudos com hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. A decisão veio após estudo publicado na semana passada, apontando a ineficácia do medicamento e no aumento de riscos à vida dos pacientes.
O estudo em questão, publicado na revista Lancet, analisou 96 mil pacientes, divididos em grupos que receberam apenas o tratamento convencional, sem a hidroxicloroquina ou cloroquina, quem recebeu a droga e quem a recebeu em conjunto com um macrólido, um tipo de antibiótico como a azitromicina. Não foram constatados benefícios, mas houve uma percepção do aumento de riscos cardíacos como consequência do medicamento.
Diante desses dados, a OMS interrompeu uma parte do teste Solidarity, conduzido em 10 países, que visava determinar a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina contra a Covid-19. A organização nota que continuará experimentando outras drogas do experimento, incluindo o Remdesivir (criado para uso contra Ebola), o Lopinavir/Ritonavir (utilizado contra o HIV) e o Interferon beta-1ª (usado para tratar esclerose múltipla).
"The Executive Group has implemented a temporary pause of the hydroxychloroquine arm within the Solidarity Trial while the data is reviewed by the Data Safety Monitoring Board"-@DrTedros #COVID19
— World Health Organization (WHO) (@WHO) May 25, 2020
A OMS também reforça que a decisão de interromper os testes com a hidroxicloroquina não significa que ela não é segura para o tratamento de outras doenças para os quais ela já era recomendada, como malária e lúpus. Para essas condições, a organização continua recomendando o remédio normalmente.