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Parecis completa 27 anos se sustentando na economia agropecuária

A 355 metros de altitude, os 6,1 mil habitantes de Parecis vivem num município de 2.549 Km² na região da Zona da Mata de Rondônia, a 457 quilômetros da Capital, Porto Velho. Hoje, 22, o município faz 27 anos. O nome vem dos índios Pareci, da nação Aruaco (ou Aruak), contactados em 1718, habitantes da região da Serra do Norte (Cordilheira dos Parecis), entre estados de Rondônia e Mato Grosso. Eram indígenas dos antigos povos Coxarini, Uaiamaré e Caxiniti. Os Aruaks são conhecidos por “comedores de farinha” e seu tronco espalhou-se em diferentes partes da América do Sul.

Parecis tem um cenário turístico admirável: a Chapada dos Parecis fica bem próxima. Seus vizinhos são: Alto Alegre dos Parecis e São Felipe d’Oeste. Situa-se a 45 km a Sul-Leste de Alta Floresta d’Oeste a maior cidade da região. A Praça dos Pioneiros é o cartão de visita, mas a bandeira do município chama atenção porque possui seis estrelas: a da esquerda é a estrela do estado, as da direita são as estrelas do Cruzeiro do Sul, a mais representada nas bandeiras ao redor do mundo.

Segundo o IBGE, considerando-se os domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, em 2018 Parecis tinha 44.2% da população nessas condições, o que o colocava na posição 16 de 52 dentre as cidades do estado e na posição 2.237 entre os 5.570 municípios brasileiros.

Em 2019 o Cartório de Registro Civil celebrou 31 casamentos, dos quais aconteceu apenas um divórcio. Nasceram vivos 45 e 14 morreram. A taxa de mortalidade infantil é de 44 por mil nascidos vivos.

Uma escola de ensino infantil, duas do ensino médio, e oito do ensino fundamental movem a educação. Ao todo, 882 alunos estavam matriculados em 2018, conforme o IBGE.

Desde 2020, ano da pandemia mundial do novo coronavírus, a cidade não realiza o seu principal evento sociocultural e agropecuário, no mês de setembro: a Exposição Agropecuária de Parecis (Exporpar), no Parque Odenir Ortolan.

Suas propriedades rurais ocupam 131,3 mil hectares de terras, das quais, 129,5 mil são tituladas e 87,7 mil têm pastagens cultivadas; 3,1 mil ha de matas naturais, e 28,4 mil ha destinadas à preservação permanente ou reserva legal. Lavouras permanentes totalizam 254 ha, e as temporárias, 1.297.

A agricultura baseia-se na seguinte produção diversificada: amendoim, 2t em 4 hectares; arroz em casa, 985t em 821 ha plantados; feijão, 420t em 420 ha; milho, 3,1t em 2,8ha. No entanto, predomina o café, que, em apenas 48 ha, de 122 propriedades rende safra média de 17 t.

A produção de uma tonelada de borracha por ano demonstra que o município segue a tendência das reservas extrativistas em Rondônia, garantindo o látex para quem quer comprá-lo: Rio Grande do Sul, França e Irã.

Em 2020, as Reservas Extrativistas do Rio Cautário e Rio Ouro Preto produziram 20 toneladas de borracha. Numa estimativa bem conservadora feita pela ONG Pacto das Águas, Rondônia poderia produzir tranquilamente 200 toneladas de borracha por ano, que proporcionariam negócios no total de R$ 2,52 milhões.

Do rebanho de 185,5 mil cabeças contado em 2019, há 6,3 mil vacas leiteiras que rendem 10,4 mil litros/dia. A melhoria do rebanho leiteiro é prioridade, informou o gerente da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater) Samuel Guedes, responsável pelo Território Rio Machado (Região do Café).

O prefeito Marcondes Carvalho disse que apoia projeto de lei “para conter a defasagem no preço do leite” e faz coro aos municípios produtores que fazem a mesma reivindicação.

LEITE DE QUALIDADE

Parecis está entre os municípios contemplados com o protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, uma técnica que aponta dia e hora em que as vacas deverão ser inseminadas. “O melhoramento genético está entre as estratégias indispensáveis para tornar o rebanho mais eficiente”, disse Guedes.

Conforme o técnico, a inseminação artificial dá mais qualidade ao rebanho leiteiro, assegurando produção de leite mais homogênea e rentável.

Em 2019, criadores de Parecis possuíam: 92 bubalinos, 237 caprinos, 2.496 equinos, 22.417 galináceos, 1.496 ovinos, 2.587 suínos, dos quais, 501 matrizes. E a produção de mel chegou a 800 quilos. A peixes, 18,2 toneladas de tambaqui e 2,2t de pirarucu.

RODOVIAS

O DER recuperou com patrolamento, até este mês, 51 quilômetros das rodovias ROs-370 e 495 que interligam Parecis com Alto Alegre dos Parecis. Da mesma forma, recuperou cinco quilômetros da RO-370 entre o município e o distrito de Vila Marcão, em Alta Floresta. E recuperou o asfalto em outros 25 km da RO-490, entre o trevo da RO-383 até a sede do município.

De uma emenda parlamentar recentemente liberada, no valor de R$ 850 mil, o prefeito pretende investir R$ 500 mil em bloqueteamento nas ruas do bairro Cohab II; R$ 300 mil em insumos para o Programa Porteira Adentro; e R$ 50 mil para aquisição de instrumentos para fanfarra escolar.

NUAR

Parecis nasceu na condição de Núcleo Urbano de Apoio Rural (NUAR), na linha 75. A extinta Companhia de Desenvolvimento Agrícola de Rondônia (Codaron), criada pelo ex-governador Jorge Teixeira de Oliveira e presidida pelo engenheiro agrônomo William Cury, administrava mais de 30 núcleos nos anos 1980, dos quais, quase a metade virou cidades. Os NUARs foram financiados com recursos do Banco Mundial na fase de colonização.

Politicamente, em 11 de maio de 1986, Parecis passou a fazer parte do território do município de Santa Luzia d’Oeste, criado pela Lei nº 100. Já em 2 de junho de 1988 um acordo fez suas terras pertenceram ao município de Pimenta Bueno, logo após a redefinição dada aos limites do município de Santa Luzia d’Oeste pela Lei nº 199. Com o nome de Parecis o município foi criado no dia 22 de junho de 1994, através da lei nº 573, assinada pelo Governador Oswaldo Piana Filho, com área desmembrada do Município de Pimenta Bueno.

ESTATÍSTICA

PIB: R$ 106,5 mil (2018)
RENDA PER CAPITA: R$ 17,9 mil)
IDH:0,617 (médio), em 2010.

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