Pesquisa diz que quem ignora isolamento social pode ter traços psicopáticos
Um estudo recente conduzido pelo pesquisador americano Pavel Blagov, PhD em psicologia clínica, apontou uma relação entre o comportamento de pessoas que desrespeitam as medidas de prevenção do coronavírus e traços psicopáticos. O estudo, que em breve será publicado na revista cientifica Social Psychology and Personality Science, analisou respostas de 502 pessoas.
Os participantes foram questionados, em um formulário on-line, sobre condutas que têm adotado na pandemia. Entre elas, quantas vezes seguiram as diretrizes das organizações de saúde para Covid-19, se planejavam continuar com os hábitos de prevenção, e sobre o que fariam se fossem diagnosticados com o vírus.
Também foram realizadas perguntas para compreender a personalidade dos participantes e em que posição eles estão na escala de níveis para consciência, cooperação, neuroticismo, tendência a correr riscos, maldade e ausência de restrições.
De acordo com o autor, os participantes que tiveram baixa pontuação nas perguntas sobre traços de personalidade são aqueles com maior chance de seguir o distanciamento social. Já os que fizeram mais pontos, e apresentaram traços de psicopatia, se mostraram menos dispostos a seguir as orientações.
Blagov explicou, no entanto, que a maioria dos participantes da pesquisa seguia as diretrizes de saúde do coronavírus. Os poucos que não deram importância foram aqueles que também responderam de forma positiva para maldade e falta de restrição. O pesquisador entende as descobertas como preocupantes a nível de saúde pública.
O estudo foi realizado apenas com adultos americanos e feito em março, antes do pico da pandemia em diversos países. Por isso, o pesquisador ressalta que é o resultado é apenas uma demonstração de como os traços de personalidade e comportamentos relacionados à pandemia estão correlacionados.