Garotas de programas se reinventam durante pandemia
Profissionais do sexo também tiveram que se reinventar com a pandemia do novo coronavírus. Com queda no faturamento e meses de móteis fechados, chegaram a alugar espaços para continuar atendendo. Relatam que o comportamento dos homens mudou e elas também tiveram que mudar a dinâmica dos atendimentos, como realizar limpezas entre um cliente e outro.
O Jornal conversou com algumas profissionais do sexo que atuam no Zero KM, em Várzea Grande, que relataram as dificuldades enfrentadas com a pandemia e como tiveram que ser criativas. O Zero KM é um ponto conhecido pela oferta deste tipo de serviço e, durante meses, os motéis ficaram fechados por determinação da Prefeitura, como forma de combate à covid-19.
Cacau conta que teve que alugar uma quitinete com uma amiga para continuar atendendo seus clientes. Carla teve que alugar um quarto e a travesti Sheila começou utilizar um local próprio para promover os serviços de prazer.
“Íamos até a rua e depois levávamos o cliente para lá [quitinete]. Muitas daqui fizeram isso, mesmo correndo riscos”, disse Cacau.
Diante de toda essa situação, as garotas de programa estimam que tiveram uma perca financeira de cerca de 50%. Algumas tiveram prejuízo de até 70% por possuir uma clientela maior na área de risco.
Carla, Cacau e Sheila afirmaram que homens casados continuaram comparecendo normalmente e que as mudanças foram outras.
“Os clientes mais de idade [idosos] não estão vindo”, pontua Carla.
A falta de fregueses é a principal preocupação das garotas de programa.
Interação
Ambas profissionais disseram que os clientes mudaram de comportamento, estando mais sérios. Segundo Cacau, o tempo com os homens diminuiu, assim como o contato físico.
“Uma dificuldade enfrentada é sair com um cliente e saber que ele já pegou o coronavírus. Meio complicado, medo de pegar esse corona”, pontua Sheila.