Lamborghini presa de 800 mil reais será utilizada pela PF
Uma Lamborghini Gallardo LP 560-4, avaliada em aproximadamente R$ 800 mil, será usada pela Polícia Federal (PF), no Paraná.
O veículo esportivo de luxo foi apreendido no âmbito da Operação Daemon. A ação, deflagrada em julho de 2021, apurou possíveis fraudes praticadas por um grupo empresarial na negociação de criptoativos.
Segundo a PF, a Lamborghini pertencia a Cláudio José de Oliveira, conhecido como “Rei do Bitcoin”.
O carro possui motor de 10 cilindros e potência de 560 cavalos. O veículo vai de zero a 100 km/h em 3,7 segundos, podendo alcançar a velocidade máxima de 325 km/h, segundo a PF.
Apesar da potência, o veículo não será utilizado nas ações rotineiras da PF como viatura comum.
Ele será direcionado para exposições, eventos e ações pedagógicas de repressão ao crime organizado e descapitalização de bens das organizações criminosas.
De acordo com a PF, a Lamborghini foi cedida pela Justiça Federal para a utilização provisória da PF e será devolvida ao Poder Judiciário em breve, quando irá a leilão, com os recursos da venda sendo destinados aos prejudicados pelas ações dos investigados na Operação Daemon.
‘Rei do Bitcoin’ vira réu por estelionato, organização criminosa e crimes financeiros
Claudio Oliveira, conhecido como “Rei do Bitcoin”, é investigado por fraude bilionária — Foto: Reprodução/RPC
A mulher dele e um homem considerado como braço direito também tiveram a denúncia aceita pela Justiça Federal por crimes relacionados à fraude bilionária envolvendo negociação de criptomoedas.
Cláudio José de Oliveira, conhecido como “Rei do Bitcoin”, virou réu por estelionato, organização criminosa e crimes financeiros. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) foi aceita nesta terça-feira (24) pelo substituto juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.
Além do “Rei do Bitcoin”, Lucinara da Silva Oliveira, mulher dele, e Johnny Pablo Santos, tido como braço direito de Oliveira, também se tornaram réus. Ambos são acusados de organização criminosa.
Ela também vai responder por impedir ou embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Já Santos ainda é acusado de estelionato e de obter ganhos ilícitos em processos fraudulentos.
O “Rei do Bitcoin” é acusado de cometer uma fraude de R$ 1,5 bilhão em simulações de negociações de criptomoedas.
Segundo as investigações, cerca de 7 mil pessoas foram vítimas de um golpe realizado por corretoras controladas por ele.
Outras cinco pessoas ligadas ao Grupo Bitcoin Banco, controlado por Cláudio José de Oliveira, também foram denunciadas por envolvimento nas fraudes. Porém, o juiz federal entendeu que os crimes deles devem ser julgados pela Justiça estadual.
A defesa do casal disse que vai se manifestar nos autos do processo. O G1 tenta contato com a defesa de Johnny Pablo Santos.
Investigações
As corretoras ligadas ao ‘Rei do Bitcoin’ passaram a ser investigadas em 2019, após o proprietário registrar um boletim de ocorrência afirmando que havia sido vítima de um ataque cibernético. À época, os valores de todos os credores foram bloqueados pela empresa.
Com o passar das investigações e com a falta de colaboração do proprietário da empresa, a Polícia Civil e o Ministério Público desconfiaram que o ataque cibernético era falso e que o grupo havia cometido crimes, como estelionato.
Após denunciarem o suposto ataque cibernético, o grupo suspeito prometeu aos credores que devolveria os valores bloqueados em parcelas. Apesar disso, segundo a PF, os valores nunca foram quitados.
De acordo com a Polícia Federal, Cláudio José de Oliveira é um “habilidoso estelionatário, que mantinha ao seu redor pessoas ignorantes aos assuntos que o criminoso dizia dominar, especialmente relacionados à engenharia financeira do Grupo Bitcoin Banco”.
As investigações apontam que o grupo se aproveitou de uma ordem de recuperação judicial para interromper as ações cíveis que a empresa respondia. Durante o processo, segundo a PF, o grupo prestou informações falsas e enganou o Judiciário.
Segundo o delegado que comentou a operação, um dos investigados informou à Justiça que tinha 7 mil criptomoedas. A informação, no entanto, era falsa.
Prisão
Cláudio José, a esposa e outros suspeitos de integrarem o esquema foram presos em junho em uma operação deflagrada pela PF para investigar o caso. Todos os suspeitos, exceto Cláudio, foram liberados na sequência.
Na sexta-feira (20), foi realizada a audiência de custódia do “Rei do Bitcoin”. A defesa pediu para que a prisão preventiva fosse convertida em domiciliar, mas o juiz não autorizou.
Segundo a polícia, o casal ostentava bens de luxo e faziam grandes eventos para atrair investidores.
Conforme a PF, o líder do grupo possui uma condenação na Suíça por crimes de estelionato e falsificação de documentos.