Polícia

Menina “sequestrada” pelo pai é incluída no cadastro de desaparecidos

A menina de 8 anos apontada como “sequestrada” pelo pai, um advogado que atua em São Paulo, teve o nome incluído no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos nessa terça-feira (28).

A determinação foi do juiz Luís Fernando Voto Kirche, da 5ª Vara de Família e Sucessões de Cuiabá, que acompanha a situação da menor.

O magistrado também já havia determinado busca e apreensão da menor na casa do pai, no município de Bauru (SP). No entanto, diante do desaparecimento da criança, que foi escondida pela família do advogado, o juiz determinou que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) sejam oficiadas e auxiliem no cumprimento do mandado.

Segundo a mãe da menina, a enfermeira Marina Pedroso Ardevino, de 37 anos, a situação de desencontro com a filha já se arrasta há quase 80 dias.

Ela contou que mantém guarda compartilhada com o pai da criança, que esteve em Cuiabá no mês de julho para as férias escolares da menor. No entanto, ao invés de devolvê-la para a mãe, o homem a levou para São Paulo. Desde então, Marina não tem contato com a filha.

A enfermeira também contou que o pai da menor já descumpriu o acordo duas vezes, sendo que, em outras ocasiões, também foi necessário mandado de busca e apreensão para resgatar a criança. Dessa vez, a polícia não conseguiu encontrar a menina.

Imagens de câmeras de segurança na região mostraram o momento em que a menor foi “sequestrada” pela família paterna. A mãe do advogado, ao ser questionada pela polícia, teria confessado que enviou a menina com uma irmã para Santa Catarina. Até o momento, não há informações sobre o paradeiro da criança.

Outro lado

Por meio de assessoria, o pai da menina negou a acusação de sequestro da filha e afirmou que a menor já teria reclamado de maus-tratos por parte da mãe e do padrasto.

Já para a Justiça, o advogado alegou que não tem entregado a criança porque a menina tem reiterado seu desejo de permanecer com o pai. Ele pediu que a menina fosse ouvida no Fórum de Bauru, mas o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) rejeitou o pedido.

Tanto o homem quanto a avó da menina chegaram a ser presos, mas foram liberados logo em seguida.

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