Padre de MT afirma que suas palavras foram tiradas do contexto para atacar a igreja
O padre Ramiro J. P., da Igreja São Pedro Apóstolo de Carlinda (760 km da Capital), argumentou que nos dias de hoje as vestimentas infantis têm um apelo sensual e que foi vítima das pessoas que retiraram suas falas de contexto, usando-as em manchetes para atacar a Igreja Católica. Declarações foram dadas durante depoimento prestado na Delegacia de Alta Floresta (803 km de Cuiabá), na última segunda-feira (24).
Conforme apurou o , o padre foi questionado sobre uma entrevista concedida a uma TV local, no qual o repórter perguntou se Ramiro acreditava que a vítima tinha provocado o autor de seu estupro. Ele respondeu que percebe que hoje existe um apelo nas vestimentas das crianças, como se elas fossem adultas, expondo uma sensualidade que não condiz com idade e que isso pode ser percebida em música, programas de televisão e até desenhos animados.
Ramiro foi intimidado para depor após denúncia do Ministério Público feita após o padre publicar que uma criança de 10 anos, que foi estuprada pelo tio durante quatro anos, “gostava de dar”.
Ele afirmou para a Polícia Civil que foi vítima de pessoas que retiraram seus comentários do contexto, fazendo com que suas palavras soassem diferente do que acredita. Ramiro reconheceu que se excedeu, e que fugiu dos seus preceitos, sendo desagradável com as vítimas de abuso sexual.
O sacerdote se defende, colocando que nunca fez apologia ao crime, já que isso foge dos preceitos cristãos e católicos, e que de sua formação ideológica. Ele lamentou o ocorrido em depoimento.
O caso
O padre Ramiro J. P., de Carlinda, afirmou em comentários no facebook que uma criança de 10 anos estuprada pelo tio durante 4 anos, no Espírito Santo, gostava de dar.
Ele foi afastado da comunidade religiosa, após se envolver em polêmica, no dia 19 de agosto.
“Você acredita que a menina é inocente? Acredita em Papai Noel também? 6 anos, por 4 anos e não disse nada. Claro que estava gostando. Por favor kkkk, gosta de dar, então assuma as consequências”, escreveu o padre.
Antes de desativar suas redes sociais, ele foi duramente atacado e repudiado por centenas de pessoas, que fizeram comentários em suas publicações.
Os internautas se manifestaram de várias formas desde desejando que o padre “vá para o inferno”, como definindo ele como “nojento”, “verme”, “blasfemador”.