Polícia acredita que assassinato de mulher que sumiu em aeroporto foi planejado por cinco meses e que corpo está em rio
A Polícia Civil acredita que o assassinato de Lilian de Oliveira, de 40 anos, foi planejado por cerca de cinco meses. A suspeita da polícia é que o corpo dela esteja em um rio. Ela desapareceu após voltar da Colômbia e desembarcar no aeroporto de Goiânia. Dois homens foram presos suspeitos do crime. A defesa alega que ainda há apenas uma investigação e não uma condenação contra eles.
O empresário Jucelino Pinto Fonseca foi preso suspeito de ser o mandante do crime. Segundo a polícia, Lilian teve um relacionamento por anos com o homem, que era casado. Porém, ela se mudou para a Colômbia e começou um relacionamento com outro homem.
Em depoimento, Jucelino disse que se sentia feito de bobo, pois mantinha financeiramente Lilian e a filha, sendo que ela já estava morando com outro homem. Além disso, o empresário contou que estava sendo chantageado e temia que Lilian contasse sobre o caso deles para a mulher dele.
Segundo a polícia, Jucelino contratou Ronaldo Rodrigues Ferreira para cometer o crime. “Em algumas conversas, tanto por telefone, quando presenciais, Juscelino se lamentava, contava essa história e havia uma dívida entre ambos. O Ronaldo devia de R$ 20 mil a R$ 30 mil para o Jucelino e disse que faria o serviço, resolveria esse problema que o Juscelino narrava que tinha, em troca da quitação da dívida”, disse o delegado Thiago Martimiano.
Ronaldo foi preso no Maranhão e deve ser encaminhado a Goiânia ainda essa semana. A polícia espera que ele ajude a localizar o corpo de Lilian. “Ele [Jucelino] disse que Ronaldo não lhe contou o que fez com corpo, disse apenas que tinha feito o serviço e que havia jogado na água, não informando em que rio ou local”, completou o delegado.
Em nota, a defesa dos suspeitos disse que “há apenas uma investigação em curso, sendo que não há denúncia formalizada pelo Ministério Público e, muito menos, uma condenação”. Além disso, o comunicado aponta que todos os interrogatórios “foram realizados sem a presença de advogado”.
Por fim, a defesa afirma que, após a prisão e o Exame de Corpo de Delito, Jucelino apresentou lesões visíveis. “Interessa dizer que, por desdobramento lógico, as lesões teriam surgido após a confecção do exame de corpo de delito e após o primeiro interrogatório do suspeito, onde este negou a prática do fato”, diz a nota.
O G1 entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil por mensagem às 15h20 questionando sobre a declaração da defesa do suspeito e aguarda retorno.
Veja a íntegra da nota da defesa dos suspeitos
NOTA À IMPRENSA
O escritório SIFFERMANN E ROCHA ADVOGADOS, representante dos investigados J.P.F e R.R.F., reitera a necessidade de que a imprensa e os responsáveis pela investigação resguardem a imagem dos suspeitos de modo a evitar constrangimentos aos investigados e às famílias que estão sendo ameaçadas.
Nesse sentido, manifestamos repúdio a explicação que consta no site da Polícia Civil do Estado de Goiás, onde afirmam que as imagens dos suspeitos foram divulgadas para facilitar a colheita de provas testemunhais, tudo porque a investigação encontra-se extremamente avançada, sendo desnecessária a oitiva de testemunhas nessa altura.
Ademais, destacamos que no caso, há apenas uma investigação em curso, sendo que não há denúncia formalizada pelo Ministério Público e, muito menos, uma condenação.
Igualmente lamentamos a divulgação, em coletiva de imprensa, do nome completo dos investigados, bem como imagens de supostos autores em todos os veículos de comunicação, sendo a situação alheia às normas que regulamentam a atuação de autoridades policiais e judiciárias.
Outrossim a defesa alerta para o fato de que o suspeito recolhido na DECAP em Goiânia/GO, foi submetido por Exame de Corpo Delito em 28.05.2020, por volta de 19h00min., sendo confeccionado relatório informando a inexistência de lesões e bom estado geral de saúde.
Contudo, nos dias 30.05.2020 e 01.06.2020, fora constatada lesões visíveis no investigado por três advogados diferentes, inclusive, um deles membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/GO. Interessa dizer que, por desdobramento lógico, as lesões teriam surgido após a confecção do exame de corpo de delito e após o primeiro interrogatório do suspeito, onde este negou a prática do fato.
Destaca-se ainda que TODOS os interrogatórios foram realizados sem a presença de advogado, mesmo sendo manifesta a vontade do investigado em ser assistido por procurador.
Feitos os seguintes esclarecimentos, nos colocamos à disposição da imprensa para complementar tais considerações iniciais, aguardando o contraditório em fase judicial e também perante os órgãos de comunicação.
Atenciosamente,
SIFFERMANN & ROCHA ADVOGADOS ASSOCIADOS