Léo Moraes repudia quarentena para determinadas categorias
A exigência de quarentena de quatro anos para algumas categorias profissionais concorrerem às eleições, aprovada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (15), por meio de emenda, foi duramente
criticada pelo deputado federal Léo Moraes.
Para ele, no Dia Internacional da Democracia, homenagem criada pelo ONU para destacar a importância do regime, “a democracia representativa sofreu um duro golpe. Hoje a democracia sofreu um atentado”.
Pelo novo texto que será enviado ao Senado, servidores de estado como magistrados, militares da União, policiais civis e militares, membros do Ministério Público e guardas municipais, terão de se afastar do cargo
quatro anos antes de disputar uma eleição.
Logo após a aprovação da emenda aglutinativa que introduziu a quarentena no novo Código Eleitoral, pouco depois das 20h no horário de Rondônia, Léo Moraes demonstrou toda sua indignação por meio de um vídeo divulgado em suas redes sociais, no qual ele reiterou seu posicionamento contrário à proposta e diz esperar que o Senado corrija a “injustiça”.
“Enquanto o bandido tem uma série de recursos, enquanto desfiguram a Lei da Ficha Limpa, enquanto usam de vários recursos para se perpetuarem no poder, o político que pode ser uma boa pessoa, que pode ser o policial civil, o delegado, o policial militar, aquele que está lá na ponta da corda, ele não pode sair candidato e representar a população”, reclamou o parlamentar.
Se for mantido no Código Eleitoral, o dispositivo passa a valer para as eleições de 2026. “O texto será submetido ao Senado da República. É importante que vocês façam pressão junto ao Senado para que não seja aprovada essa inversão de valores. Não é admissível que um policial, por exemplo, que está trabalhando, sendo mal remunerado, sem a certeza de voltar para casa, não possa ser candidato e representar sua classe, defender a sociedade brasileira”, reforçou.
“A gente noticia esse fato com tristeza e com muito simbolismo, justamente no Dia Internacional da Democracia. Acredito quer política não é lugar para se promover vinganças e supostas vinganças, de forma alguma. Não é para perseguir nem para execrar pessoas, muito pelo contrário. É para pensar em toda a sociedade de forma muito ampla”, defendeu o deputado.
“Desde o início desse debate nos posicionamos contra, deixando claro o que iria acontecer. Mais uma vez nossa democracia foi vilipendiada. Lamentamos de forma muito triste e esperamos que o Senado, enquanto Poder revisor, possa reparar essa grande injustiça. Fiquem atentos, participem e cobrem. Vejam como cada um tem se comportado, isso é fundamental para fortalecer a democracia e não permitir que nos tornemos uma republiqueta de bananas, republiqueta de quinta categoria, porque não é isso que a população espera”, conclamou por meio do vídeo que repercutiu fortemente.